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6 de dez. de 2010

O Romance da Reconciliação - Hernandes D.Lopes 1/2


Tudo para a Glória de Cristo - John Piper


Paul Washer - Um sermão sobre Cristo para os ateus Parte 1


A sementeira da Palavra



Referência: Lucas 8.4-8,12-15
1.O semeador
Entre os semeadores, há uns que saem sem semear e há outros que semeiam sem sair. Mas Jesus diz que o semeador saiu a semear, mas não diz que voltou, pois quem lança a mão do arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus.
2.O campo da semeadura
E se esse semeador quando saiu, achasse o campo tomado? E se se armassem contra ele os espinhos? E se se levantassem contra ele as pedras? E se se fechassem os caminhos, que havia de fazer?
Todos estes problemas enfrentou o semeador. Começou ele a semear, mas com pouca ventura. Uma parte caiu entre os espinhos e afogaram-no os espinhos. Outra parte caiu sobre as pedras e secou-se nas pedras por falta de umidade. Outra parte caiu no caminho e pisaram-no os homens e comeram-no as aves.
Ora vede como todas as criaturas do mundo se armaram contra esta sementeira. Todas as criaturas quantas há no mundo se reduzem a 4 gêneros:
1)Criaturas racionais – como os homens;
2)Criaturas sensitivas – como os animais
3)Criaturas vegetativas – Como as plantas
4)Criaturas insensíveis – Como as pedras.
Faltou algumas dessas que se não armasse contra o semeador? Nenhuma!
A natureza insensível, o perseguiu nas pedras.
A natureza vegetativa, o perseguiu nos espinhos.
A natureza sensitiva, o perseguiu nas aves.
A natureza racional, o perseguiu nos homens.
As pedras secaram-no, os espinhos afogaram-no, as aves comeram-no e os homens? Pisaram-no.
Quando semeamos a Palavra encontramos homens homens, homens pedra, homens que férem como espinho e homens secos como o chão da estrada. Houve aqui semente mirrada, semente afogada, semente comida e semente pisada.
Mas o semeador não desanimou nem desistiu porque a outra parte caiu em terra boa e produziu a 30, 60 e 100 por um.
“Os que com lágrimas semeiam, com júbilo voltarão trazendo seus feixes”. O semeador foi perseverante e viu a multiplicação da sementeira.
3.Os diversos tipos de solo – o significado da parábola
A semente que semeou o semeador é a Palavra de Deus. Os espinhos, as pedras, o caminho e a terra boa em que a semente caiu são os diversos tipos de coração dos homens.
a)Os espinhos – São os corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com prazeres carnais. E nestes afoga-se a Palavra de Deus.
b)As pedras – São os corações que recebem com alegria, mas depois rechaçam a Palavra. São os corações duros e obstinados e nestes seca-se a Palavra de Deus, e se nasce, não cria raízes.
c)Os caminhos – São os corações inquietos e perturbados com a passagem e tropel das coisas do mundo, umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam e todas que passam e nestes é pisada a Palavra de Deus.
d)A terra boa – São os corações que acolhem a Palavra e neles frutifica com tanta fecundidade e abund6ancia que se colhe cento por um.
4.Por que a Palavra prospera tão pouco hoje?
Se a Palavra de Deus é tão eficaz e poderosa, como vemos tão poucos frutos hoje? Se ela frutifica a cento por um, por que hoje não frutifica nem a um por cento? Na Igreja Primitiva, na Reforma, nos Reavivamentos multidões convertiam-se a Cristo. Vidas eram transformadas, lares eram reerguidos, cidades eram salvas, nações eram restauradas.
Hoje, a despeito de termos tantos pregadores e tantos sermões e tanta semeadura, porque há tão poucos frutos genuínos? Por que tão poucos homens se arrependem de verdade? Por que tão poucos resultados se Deus é o mesmo e se a Palavra é a mesma?
5.Identificando as causas
a)Será por parte de Deus? Por parte de Deus não pode ser. Ele é o mesmo eternamente. Ele tem poder para salvar. Ele não tem prazer na morte do ímpio. Ele quer que todos cheguem ao arrependimento. Ele tem prazer na misericórdia. Ele é rico em perdoar. As sementes perderam porque os espinhos a afogaram, as pedras a secaram, os homens a pisaram e as aves a comeram. Mas não diz que elas se perderam por causa do sol ou da chuva, pois estes são dádivas de Deus.
b)Será por parte do ouvinte? Desde que o homem caiu, ele sempre é o mesmo. Se Deus não lhe abrir o coração, não lhe conduzir ao arrependimento e não lhe plantar a fé salvadora não pode crer.
6.A verdadeira causa
A causa está no semeador. Cristo não o comparou ao que semeador, mas ao que semeia. Não diz Cristo: “Saiu a semear o semeador”, mas sim “saiu o semeador a semear”.
Entre o semeador e o que semeia há muita diferença. Uma coisa é o soldado outra é o que peleja. Uma coisa é o governador, outra o que governa. Uma coisa é o pregador, outra é o que prega. Semeador e pregador é nome; o que semeia e o que prega é ação. As ações são as que dão ser ao pregador.
Ter nome de pregador ou ser pregador de nome não importa nada. As ações, a vida, o exemplo é que dão resultado.
Palavras sem vida são tiro sem bala, atroam mas não férem. O pregar que é falar, faz-se com a boca; o pregar que é semear, faz-se com as mãos.
Exemplo: Elias foi boca de Deus. A Palavra de Deus na sua boca era verdade. O bastão profético na mão de Eliseu tinha poder.
Precisamos pregar aos ouvidos e também aos olhos:
a)Jesus pregou aos ouvidos e aos olhos – Ide dizer a João o que estais ouvindo e vendo.
b)Felipe pregou aos ouvidos e aos olhos em Samaria.
c)Paulo pregou aos ouvidos e aos olhos – A minha pregação não consiste em palavras de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder.
Mas precisamos pregar também a Palavra com fidelidade:
a)Muitos pregadores pregam hoje não a Palavra de Deus, mas seus próprios sonhos, visões e revelações forâneos às Escrituras. Disse Deus por Jeremias: “O profeta que tem sonho conte-o apenas como sonho; mas aquele em quem está a minha Palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo?Diz o Senhor” (23:28).
b)Jesus defendeu-se do diabo no deserto citando a Palavra de Deus, então o diabo o levou ao pináculo do templo e também o tentou citando a Palavra de Deus. De sorte que Cristo se defendeu do diabo citando a Escritura e o diabo tentou a Cristo com a Escritura. Todas as Escrituras são palavra de deus, pois se Cristo toma a Escritura para se defender do diabo, como toma o diabo a Escritura para tentar a Cristo? A razão é que Cristo toma a Escritura no seu sentido, o diabo torce a Escritura. Pregar a Escritura no seu verdadeiro sentido é pregar a Palavra de Deus; pregar a Escritura no sentido em que Deus não a disse é pregar a palavra do diabo. A Palavra de Deus interpretada com fidelidade é Palavra de Deus, interpretada de forma errada é ferramenta do diabo. O pináculo do templo tem sido hoje o lugar onde a Palavra de Deus tem sido golpeada, torcida, adulterada pelo liberalismo, sincretismo e misticismo.
7.Que mensagem devemos pregar?
Muitos rejeitam, zombam e não querem ouvir a Palavra de Deus. Mas a doutrina de que eles zombam, essa é a que lhes devemos pregar, porque é a mais proveitosa.
A semente que caiu no caminho comeram-na as aves. Estas aves, como explicou Jesus são os demônios, que tiram a Palavra de Deus dos corações dos homens. Pois porque não comeu o diabo a semente que caiu entre os espinhos? Ou a semente que caiu nas pedras? Se não a semente que caiu no caminho? Porque a semente que caiu no caminho, PISARAM-NA OS HOMENS.
E a mensagem que os homens pisam, essa é a que o diabo teme, pois a mensagem que os homens aplaudem o diabo não se acautela, porque sabe que não são essas as pregações que hão de lhe tirar as almas das mãos.
Explicando Cristo a parábola diz que as pedras são aqueles que ouvem a pregação com gosto, mas depois viram pedras! O frutificar não se ajunta com o gostar, senão com o padecer. A pregação que frutica não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe produz a agonia do arrependimento. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme. Quando o ouvinte vai do sermão para casa atônito com seus pecados, essa é a pregação que convém e que dará fruto.
Devemos esperar não que os homens saiam dos nossos cultos contentes de nós, mas descontentes de si. Devemos pregar o que convém à sã doutrina e não para entreter e agradar aqueles que estão desesperadamente precisando de ser salvos.
Que Deus nos ajude a semear, sabendo que a Palavra de Deus não volta vazia. Sabendo uma alma vale mais do que o mundo inteiro.

-Hernandes D.Lopes

Apelando a Deus por uma boa consciência – Richard Sibbes (1577-1635)


Depois de remover a falsa confiança das pessoas na religião exterior, Pedro positivamente estabelece o que realmente salva: "a indagação de uma boa consciência para com Deus". O santo apóstolo poderia ter dito:"Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo" (ICo 12.13), Ele poderia ter dito: "não removendo a imundícia da carne, mas removendo a imundícia da alma". Em vez disso nomeia as obras da alma que asseguram a salvação graciosa de Deus — "uma indagação de uma boa consciência para com Deus". Naturalmente ele está falando de fé.

Deus deve ser satisfeito antes da consciência. Deus está satisfeito com a morte do mediador; então quando somos aspergidos pelo sangue de Cristo — quando a morte de Cristo é aplicada a nós — nossa consciência é também satisfeita. Assim é como "muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" (Hb 9.14).

A "indagação de uma boa consciência para com Deus", então, é a mesma coisa que a fé. Pedro está descrevendo a atitude daqueles que se entregam para crer e viver como cristãos.

Quando cremos, nossa consciência se torna boa. Se Satanás coloca alguma coisa para nos acusar, podemos responder com uma consciência boa. "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? E Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós" (Rm 8.33,34). Podemos, com um coração aspergido com o sangue de Cristo, responder a todas as objeções, e triunfar sobre os inimigos.

Podemos "[nos achegar], confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (Hb 4.16).

"Uma consciência boa" no sentido em que Pedro emprega o termo, é uma consciência limpa da corrupção do pecado, livre para servir a Deus. Apenas os cristãos verdadeiros têm tal consciência. É uma consciência que olha para Deus e sabe que no final das contas vai responder a ele. Como podemos saber se estamos "em Cristo", se somos receptores da graça e do favor salvadores de Deus? A consciência nos foi dada para esse propósito, para nos dizer o que estamos fazendo, e por quais motivos estamos fazendo isso, e qual é a nossa posição diante de Deus. Se você quer testar sua saúde espiritual, simplesmente pergunte se sua consciência está fundamentada em Deus.

Se você é justo, honrado e bom porque sua consciência responde às ordens de Deus, é uma consciência boa. Mas se você faz boas obras ou rituais religiosos somente porque os outros verão, isso não vem de uma consciência boa (Mt 6.5,6,16-18). Uma consciência boa nos mantêm justos simplesmente por que Deus ordena. A consciência é a representante de Deus no coração de um cristão.

Portanto, o que nós fazemos que vem de uma consciência boa, fazemos de coração. Quando fazemos alguma coisa com má vontade, não por amor e não de coração, isso não vem de uma consciência boa. Uma consciência saudável não olha meramente o que fazemos, mas ela examina a razão pela qual fazemos — se é por amor a Deus e por um desejo de obediência, ou por um sentimento de obrigação melindroso.

Uma consciência boa renuncia a todos os pecados e os nega. Aqueles, portanto que lutam para alimentar a sua corrupção enquanto pensam que são cristãos, contradizem a sua profissão de fé. Aqueles que alimentam seus olhos com vaidade, e seus ouvidos com um discurso obsceno; aqueles que permitem que seus pés caminhem por lugares que infectam a alma, aqueles que, em vez de renunciar ao pecado, os mantêm — o que devemos pensar deles? Eles podem se considerar salvos por Cristo quando vivem com uma consciência suja?

Davi orou: "Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário" (SI 51.12). Ele havia perdido aquela alegria e espontaneidade por causa do pecado. Pois, quando deliberadamente pecamos contra a consciência, calamos a boca das nossas orações, e dessa maneira não podemos ir a Deus. Calamos a boca da consciência e, então, não podemos ir corajosamente a Deus. Trabalhemos para ser dóceis ao Espírito. Subme-tamo-nos a Deus em tudo o que somos exortados a fazer. Rendamo-nos à obediência de fé em todas as suas promessas. Isso é o que significa ter uma consciência boa. Assim, decidamos tomar este curso se queremos alcançar uma consciência boa.

Examinemo-nos cuidadosamente a nós mesmos e assim nossa consciência pode nos convencer do pecado que há em nós. Pergunte a si mesmo: Eu creio? Ou meramente apaziguei meu coração sem satisfazer a Deus? Eu obedeço? Eu quero moldar-me na forma da Palavra de Deus e obedecer a tudo que ouço ou estou apenas me enganando? Coloque essas questões no seu coração. "Deus é maior do que o nosso coração e conhece todas as cousas" (1Jo 3.20). Se respondermos a Deus com reservas (Vou obedecer a Deus nisto, mas não naquilo; eu vou andar com Cristo desde que eu não tenha que desistir do meu pecado predileto), isso não é resposta de uma consciência boa. O que é feito para Deus deve ser feito por inteiro e sem reservas. Se o nosso coração se recusa a fazer, não temos uma consciência boa. Obediência parcial não é absolutamente obediência. Escolher coisas fáceis que não se opõem à nossa concupiscência ou não intimidam nosso orgulho não é a obediência para a qual Deus nos chama. Nossa obediência deve ser total em relação a todos os seus mandamentos. Assim, examinemos-nos e perguntemo-nos se cremos ou não, se obedecemos ou não, e quais são os motivos que nos levam a agir assim.

A vida de muitos nada mais é do que uma quebra de sua profissão de fé. O que eles terão de procurar na hora da morte, e no dia do julgamento? Será que poderão esperar que Deus mantenha suas promessas para dar-lhes a vida eterna, quando eles nunca tiveram a graça de manter qualquer compromisso com ele? Como poderão eles procurar a graça de Deus então, quando rejeitaram aqui sua graça, e toda a sua vida foi uma satisfação de suas paixões naturais? Se sua profissão de fé não tem sentido agora, não terá também no dia do julgamento. Utilize esse argumento contra o pecado, quando for tentado.

Por outro lado, quando você cair, não permita que Satanás o tente ao desencorajamento, mas levante-se e lance-se sobre Cristo. A fé e o arrependimento não são atos que fazemos apenas uma vez; você deve viver crendo e arrependendo-se.

As duas pescas maravilhosas – C. H. Spurgeon (Sermão) Postado por Charles Spurgeon / On : 14:11/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.


"Tendo acabado de falar, disse a Simão: 'Vá para onde as águas são mais fundas', e a todos: 'Lancem as redes para a pesca'." (Lc 5.4).

"Ele disse: 'Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão.'

Eles a lançaram, e não conseguiam recolher a rede, tal era a quantidade de peixes" (João 21.6).

A vida de Cristo era um sermão. Profeta poderoso com as palavras e as ações, ele ensinava o povo, não somente com suas palavras, mas também com suas ações. É a mais pura verdade que os milagres de Cristo atestam a sua missão. Para aqueles que os viram, devem certamente ter sido comprovação evidente de que ele foi enviado por Deus. Não devemos nos esquecer, porém, de que é provável que uma razão mais sublime dos milagres se ache na instrução que eles transmitem. Para o mundo de fora, no tempo presente, considera-se mais difícil crer nos milagres de Cristo do que na doutrina que ele ensinava. Os céticos fazem deles pedras de tropeço, e embora não possam levantar objeções contra os ensinamentos maravilhosos de Jesus, atacam os milagres como absurdos e inacreditáveis. Não duvido de que, mesmo com as mentes confusas pela incredulidade, os milagres, em vez de serem ajudas para a crença, tenham sido provações para a fé.

Existem bem poucas pessoas nas quais a fé é produzida pelos sinais e milagres; e essa realmente não é a maneira de o evangelho trazer convicção à alma: a força secreta da palavra viva é a instrumentalidade de Cristo, e as maravilhas são deixadas para serem o apelo daquele anticristo por quem as nações serão enganadas. Nós, que temos crido, consideramos os milagres de Cristo como atestados nobres da sua missão e da sua divindade, mas confessamos que damos ainda mais valor a eles como homilias instrutivas do que como testemunhas de atestação; é nossa convicção de que perderíamos boa parte do benefício que eles tinham o propósito de nos transmitir se os considerássemos lacres do documento, pois fazem parte da escrita do próprio documento. As maravilhas realizadas por nosso bendito Senhor são sermões em ações, carregados de santa doutrina, demonstram diante de nós mais vividamente essa doutrina do que através das palavras. Vamos começar a partir da suposição que será a base fundamental de nossa mensagem: que os milagres de Cristo são sermões pregados em ações, alegorias visíveis, verdades encorpadas, princípios encarnados e colocados em movimento; são, na verdade, as ilustrações no grande livro dos ensinamentos de Cristo, as ilustrações mediante as quais ele lampeja a luz para dentro dos olhos escurecidos.

Ouvimos falar de alguns ministros que diziam que, muitas vezes, pregavam a partir do mesmo texto bíblico, mas que nunca pregaram o mesmo sermão. Coisa semelhante pode ser dita a respeito de Cristo. Ele sempre pregava a respeito da mesma verdade, mas nunca era precisamente da mesma maneira. Já lemos, as narrativas de dois milagres, (Lucas cap. 5 e João cap. 21), que parecem bem semelhantes para quem as examina de modo casual; mas aquele que as lê com diligência e as estuda com cuidado descobrirá que, embora os dois textos sejam semelhantes, as narrativas possuem muitas variações.

Nas duas pescas maravilhosas, o texto é a missão dos santos para pregarem o evangelho - a obra de pescar homens -, o ministério mediante o qual as almas são apanhadas na rede do evangelho, e tiradas do elemento do pecado para sua salvação eterna. O pregador é comparado a um pescador. A profissão de pescador envolve muita labuta; ai daquele ministro que não considera laboriosa a sua vocação. O pescador precisa navegar no mau tempo e em meio a todos os riscos; se fosse pescar somente quando há calmaria no mar, poderia passar fome. Assim também o ministro cristão, quer os homens recebam a palavra com prazer, ou quer a rejeitem com fúria e ira, deve estar disposto a deixar sua reputação sofrer perigo, e colocar em risco seu próprio conforto; sim, deve ainda odiar a sua própria vida, ou não é digno do chamamento celestial. A ocupação do pescador é violenta; nenhum dedo delicado pode entrar em contato com a sua rede; de outra forma, ele não é digno do seu chamamento celestial. Não é profissão para cavalheiros finos, mas para homens toscos, fortes e destemidos, que conseguem puxar um cabo, pegar na brocha de piche ou raspar o convés. O ministério não é apropriado para as almas fastidiosas que gostariam de passar delicadamente por esse mundo, sem sofrer provações, nem ofensas, nem insultos, nem olhares de zombaria. Semelhante trabalho é para homens que sabem trabalhar nas vastas expansões de água e que não têm medo das ondas nem dos seus borrifos.

A vocação do pescador, além disso, deve ser cumprida com perseverança; não é por uma única pesca grande que um homem faz a sua fortuna; deve estar constantemente lançando a sua rede. Um só sermão não faz um pregador; quem prega apenas de vez em quando uma peça de oratória cuidadosamente preparada não é um ministro de Deus. Ele deve estar atuante quando a hora é conveniente e quando não o é; ele deve lançar a sua rede em todas as águas; precisa estar no serviço de manhã bem cedo, e no fim da tarde não deve cessar de trabalhar. Para um homem ser pescador, deve já saber que haverá decepções; muitas vezes, terá de lançar a rede e nada recolher senão ervas daninhas ou algas marinhas. O ministro de Cristo precisa levar em conta que sofrerá decepções, mas, com fé, deve prosseguir na oração e na labuta, e esperar que no fim possa receber o seu galardão. Não será necessário muito trabalho para vocês desenvolverem, nos momentos de lazer, a comparação entre os pecadores e o ministério do evangelho, pois a semelhança foi escolhida de modo apropriado.


Essas duas narrativas têm certo grau de uniformidade; essa será nossa primeira consideração. Mas elas têm um grau ainda maior de dessemelhança; ressaltaremos esse fato em segundo lugar. E, em terceiro, sugeriremos algumas grandes lições que as duas narrativas, combinadas, nos ensinam.

I. Nestes dois milagres, há muitos aspectos de uniformidade. Ambos têm a intenção de expor o modo do crescimento de reino de Cristo.
1. Primeiro, vocês perceberão que os dois milagres nos ensinam que os meios devem ser empregados. No primeiro caso, os peixes não pularam para dentro do barco de Simão para serem pegos; nem, no segundo caso, foram enxameando de dentro do mar para se deitarem nos carvões em brasa a fim de se deixarem assar para a festa dos pescadores. Pelo contrário, os pescadores devem partir de barco, devem lançar a rede; e, depois de terem lançado a rede, devem arrastá-la para a praia, ou encher dois barcos com o conteúdo dela. Nesse aspecto, tudo é feito pela intermediação humana. Trata-se, certamente, de um milagre, mas nem o pescador, nem seu barco, nem seu equipamento de pesca, são desconsiderados; todos eles são usados, todos eles são empregados. Aprendemos que, na salvação das almas, Deus opera através de meios; e que, enquanto durar a presente aliança da graça, Deus se agradará em salvar aqueles que creiam mediante a loucura da pregação.

Em uma ou outra ocasião, vai se infiltrando na Igreja um tipo de resistência contra a instrumentalidade ordenada por Deus. Notei-a, com tristeza, durante o Reavivamento Irlandês. Vimos constantemente, em alguns jornais excelentes, observações que considerei injuriosas, que comentavam como assunto de congratulações o fato de nenhum ser humano, nenhum pregador eminente, nenhum evangelista fervoroso, ter a responsabilidade da obra; alardeava-se que a totalidade da obra foi levada a efeito sem instrumentalidade humana. Essa foi a fraqueza do Reavivamento, e não a sua fortaleza. Vocês dizem que assim Deus recebeu maior glória. Não é verdade. Deus obtém a máxima glória mediante o emprego de instrumentos. Quando Deus opera sem instrumentos, ele é glorificado, sem dúvida alguma; mas ele sabe de que maneira obtém a máxima honra, e ele mesmo selecionou o plano de instrumentalidade como sendo aquele mediante o qual ele é mais engrandecido na Terra. Nós temos esse tesouro. Como? Sozinhos? Sem qualquer acompanhamento terrestre? Não; mas em vasos de barro. Para quê? A fim de que Deus tenha menos glória? Não; mas nos vasos de barro deliberadamente a fim de que "este poder que a tudo excede provenha de Deus, e não de nós" (2Co 4.7).

Deus faz com que a fraqueza da criatura ressalte a força do Criador. Ele lança mão dos homens que são nada em si mesmos e conquista suas esplêndidas vitórias através deles. Talvez não admirássemos tanto Sansão se tivesse despedaçado os filisteus com seus punhos, como quando descobrimos que foi com uma arma tão imprópria para isso - uma queixada de jumento - que deixou empilhados milhares dos seus inimigos. O Senhor lança mão de armas inferiores para realizar com elas grandes feitos. Quando ele disse: "Haja luz, e houve luz", sem qualquer instrumento, ele demonstrou a sua glória; mas quando, em vez disso, lança mão dos apóstolos e diz, de novo, "Haja luz", e envia à obra aqueles que em si mesmos eram trevas, e faz deles o meio de iluminar um mundo escuro, eu digo que houve maior glória; e se as estrelas matutinas cantaram juntas quando olharam, pela primeira vez, a luz na Terra recém-criada, por certo os anjos no céu se regozijaram ainda mais quando viram a luz sendo assim derramada na Terra escura através dos homens que, em si mesmos e por si mesmos, somente teriam aumentado a escuridão e tornado mais intensas as trevas.

Deus opera por meio dos homens a quem chama especialmente à sua obra e, de modo geral, não sem eles. Os Irmãos de Plymouth se esforçam para se livrarem do pastorado, mas nunca conseguem, pois o Senhor continuará sempre a dar pastores segundo seu próprio coração a fim de alimentar o seu povo, e todas as tentativas feitas pelo rebanho no sentido de passar sem esses pastores levarão à magreza e pobreza das almas. O clamor contra o "ministério por um só homem" não provém de Deus, mas da presunção vaidosa dos homens que não se satisfazem em ser alunos, embora não tenham capacidade para ensinar. A tendência da natureza humana é exaltar-se a si mesma, e foi ela que levantou esses perturbadores da paz do Israel de Deus, por que não suportam submeter-se às autoridades que o próprio Deus nomeou, e odeiam aos ensinos do apóstolo, onde ele diz: "Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois isso não seria proveitoso para vocês" (Hb 13.17). Vou advertirlhes, irmãos, que anda solta uma mentalidade que quer derrubar os homens que o próprio Deus levantou, que queria silenciar aqueles em cuja boca Deus colocou a língua de fogo, a fim de que os tolos possam falar à toa de conformidade com sua própria vontade, para o proveito de ninguém, e para sua própria vergonha. Quanto a nós, confio que nunca cessaremos de reconhecer aquela agência através da qual o Senhor opera poderosamente entre nós. Não queríamos refrear nenhum ministério na igreja de Deus. Ficaríamos muitíssimo felizes ao vê-lo exercido com mais abundância. Queira Deus que todos os servos do Senhor fossem profetas! Mas registramos nosso protesto solene contra aquela mentalidade que, usando a máscara da liberdade para todos, deixa de lado a instrumentalidade através da qual o Senhor opera especialmente. Ele quer que vocês continuem ocupando os pescadores com suas redes e com seus barcos; e aqueles novos métodos de pescar peixes sem redes e de salvar almas sem ministros certamente não servirão ao propósito, já que não provêm da parte de Deus. Já foram experimentados, e qual foi o resultado da experiência? Não conheço uma única igreja que tenha existido e que tenha desprezado a instrumentalidade que não tenha acabado dentro de poucos anos, quer pela cisma, quer pela decadência. Onde há, na face da Terra, uma única igreja que tenha existido por cinquenta anos, na qual a instrumentalidade do ministério, escolhida por Deus, tenha sido desprezada e rejeitada? "Icabode!" está escrito nas suas paredes. Deus a rejeita porque rejeitam o modo de operação escolhida por Deus. Suas tentativas são fogo de palha, luzes meteóricas, fogo-fátuo, inchaço da soberba da carne, bolhas de espuma, que hoje aparecem, e amanhã desaparecem para sempre.

2. Além disso existe outra verdade em ambos os textos que se destaca igualmente: aqueles meios, por si mesmos, são totalmente sem proveito. No primeiro caso, vocês ouvem a confissão: "Mestre, esforçamo-nos a noite inteira e não pegamos nada." No segundo caso, vocês ouvem a resposta deles à pergunta: "Filho, vocês têm algo para comer?" "Não" - um triste "Não". Qual foi a razão disso? Não eram pescadores, seguindo sua vocação especial? É certo que não eram iniciantes incapazes; conheciam o serviço. Tinham realizado o trabalho de modo inepto? Não. Faltara-lhes esforço? Não, tinham se esforçado. Faltara-lhes perseverança? Não, porque tinham labutado a noite inteira. Havia falta de peixes no mar? Certamente não, pois tão logo o Mestre chega, aparecem cardumes deles. Qual, pois, é a razão? Não é porque, nos próprios meios, à parte da presença de Cristo, não existe poder? O Grande Obreiro que não descarta os meios ainda quer deixar seu povo saber que ele usa a instrumentalidade, não a fim de glorificar o instrumento, mas visando sua própria glória. Ele toma em suas mãos a fraqueza, e a transforma em fortaleza, não a fim de que a fraqueza seja adorada, mas a fim de que seja adorada a força que torna até mesmo a fraqueza subserviente ao seu poder. Irmãos, nós, como uma igreja, devemos sempre conservar em mente que, sem Cristo, nada podemos fazer. "Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos" (Zc 4.6). Não fiquem dependentes de sociedades, de comunidades, de ministérios, de nada que possamos fazer. Vamos nos esforçar muito, como se tudo dependesse de nós; mas comparecemos diante de Deus, em total dependência dele, pois sabemos com toda a certeza o resultado não depende de nós, e de nós somente. Enviemos missionários até os pagãos; enviemos nossos homens às ruas e aos becos escuros da cidade; espalhemos folhetos, distribuamos a Palavra de Deus; enviemos vintenas e vintenas de pregadores a partir da nossa "Escola de Profetas;" mas, depois de realizado tudo, não fiquemos acomodados, dizendo: "Agora tudo foi feito, e forçosamente dará bom resultado." Não, Senhor, a não ser que a tua bênção desça do alto, seria a mesma coisa de não termos feito nada, pois nenhum resultado eterno pode se seguir.

Quão frequentemente isso me obriga a orar! A obra surpreendente que Deus está realizando em conexão com esse local enche de alegria o meu coração; mas, por outro lado, o receio de que tudo venha a dar em nada, por falta da bênção divina, humilha meu espírito até o próprio chão. Vocês se lembram, posso imaginar, que certo irmão se sentiu inspirado para distribuir um volume dos sermões pregados aqui, a todos os estudantes em Oxford e Cambridge. Depois de ter feito isso, com a distribuição de uns duzentos mil sermões, passou a dá-los a todos os deputados no Parlamento, a todos os nobres do reino, e aos príncipes, reis, e imperadores da Europa, e depois de ter cumprido aquela obra, empreendeu outra, de grande magnitude. Caros amigos, quando penso a respeito desses livros viajando para todos os lugares, entre os nobres e os humildes, entre os ricos e os pobres, em todos os lugares no país, meu coração fica alegre; mas, por outro lado, se Deus não conceder a bênção, seria a mesma coisa de os livros nunca terem nascido no prelo e circulados por mãos humanas. Que bem poderão realizar? Por mais ampla e forte que seja a rede, e por mais esforços que sejam empregados ao lançá-la ao mar, labutaremos durante a noite inteira, e nada pescaremos, a não ser que o Mestre venha para abençoar a obra. Estejamos, portanto, sempre orando em favor da bênção. Lembremo-nos de que nada fizemos a não ser que tenhamos orado em favor daquilo que fizemos, lembremo-nos que todas as sementes que colocamos na terra são colocadas ali para os vermes comerem, a não ser se tivermos deixado cair no solo os grãos da oração, que conservam as outras sementes com vida. Teremos colheitas, se esperamos em Deus para as recebermos, mas, depois de toda a nossa obra de semear, se esperarmos no solo, nas sementes, ou no semeador, nada veremos em troca dos nossos esforços.

3. Em terceiro lugar, nesses dois milagres, é ensinado que é a presença de Cristo que confere o sucesso. Cristo estava sentado no barco de Pedro. Foi da vontade de Cristo que uma influência misteriosa atraísse os peixes até a rede, como se ele tivesse colocado um anzol oculto na boca de cada peixe e feito com que parassem de pular esportivamente, e se precipitassem a um só centro em comum. Foi a presença de Cristo na terra seca, quando da praia ele falou aos seus discípulos que labutavam no mar, e disse: "Lancem a rede do lado direito do barco" - foi a presença dele que atraiu os peixes até o lugar onde a rede os pescou. Oh, irmãos, devemos aprender isso - é a presença de Cristo no meio da igreja que é o poder da igreja - a voz de um Rei no meio dela. "Mas eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim" (Jo 12.32). Existe a atração. O Espírito dá o poder, e nós devemos esperar até recebê-lo; mas depois disso, não podemos pregar em vão, porque nos tornamos "fragrância de vida" (2Co 2.15) para aqueles que escutam. Cristãos, é a presença de Cristo em vocês que deve ser o seu poder. Tenham muita comunhão com ele; captem muita coisa do seu Espírito; meditem bem sobre os seus sofrimentos, mantenham-se próximos dele, e, então, por onde quer que vocês vão, haverá em vocês um poder que até mesmo seus adversários serão compelidos a reconhecer. Quem dera tivéssemos mais da presença de Cristo em nós, como a igreja! Que seu coração a procure! Se Cristo estiver aqui presente, não vamos entristecê-lo. "Mulheres de Jerusalém, eu as faço jurar ... não despertem nem provoquem o amor enquanto ele não o quiser" (Ct 2.7). E se ele não estiver aqui, vamos nos levantar da nossa cama de preguiça e sair para procurá-lo, exclamando: "Conte-me, você, a quem amo, onde faz pastar o seu rebanho e onde faz as suas ovelhas descansarem ao meio-dia?" (Ct 1.7). E se vocês o acharem, incumbo vocês de o segurarem firme, e não o soltarem antes de levar à casa da nossa mãe, para o quarto daquela que nos deu à luz - a igreja de Cristo; ali o manteremos, ali o abraçaremos, e ele nos mostrará o seu amor.

4. Nas duas ocorrências, o sucesso que acompanhou a instrumentalidade na presença de Cristo desenvolveu a fraqueza humana. Não enxergamos a fraqueza humana mais no fracasso do que no sucesso. Na primeira ocorrência, no sucesso, vocês enxergam a fraqueza do homem, pois a rede se rompe e os barcos começam a afundar, e Simão Pedro se prostra diante dele e diz: "Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador!" Ele não tinha muita consciência disso, antes de seu barco ficar cheio de água; mas a própria abundância de Deus levou-o a reconhecer que Pedro, por si só, nada valia. Na segunda ocorrência, eles quase não conseguiam puxar a rede por causa da grande quantidade de peixes. Irmãos, se vocês ou eu quisermos saber quão pouco valemos em nós mesmos, descobriremos rapidamente se o Senhor nos conceder sucesso em ganhar almas. À medida que vemos uma alma, e depois, outra, e depois, vintenas, e então centenas de almas levadas ao Senhor Jesus, diremos: "Quem me gerou estes filhos? Como semelhantes maravilhas podiam ser realizadas através de mim?" E cairemos prostrados diante do escabelo da graça soberana e confessaremos que somos indignos de semelhantes favores espantosos. Que a igreja se propague, que suas conquistas sejam muitas, que ela tome posse de províncias inteiras com suas armas celestiais, mas, em vez de o homem se tornar mais famoso, o homem terá valor cada vez mais baixo, e será cada vez mais plenamente percebido que tudo isso veio do Senhor. As obras pequenas, como aquelas que têm sido comuns nas nossas igrejas durante muitos anos, onde são acrescentadas duas ou três pessoas por vez, são bem consistentes com grandes congratulações aos obreiros, e a esterilidade total também é assim; é somente vocês notarem o modo pomposo de muitos pregadores infrutíferos se comportarem para verem que é assim. É somente quando o Senhor desvendar seu braço forte, que o homem se humilha até o pó, pois quando centenas de almas são colhidas pela seara, não se pode tratar da obra do ministro, pois se trata do dedo de Deus. O homem é esquecido, portanto, na própria abundância do seu sucesso, e somente o Senhor é engrandecido naquele dia. Ansiamos para Deus fazer nas igrejas obras grandiosas e estupendas através de todos os seus ministros! Então, descobririam sua própria fraqueza, e o nome de Deus seria glorificado. Muitas vezes, encontramos alguém que observa se um homem for bem-sucedido na conquista de almas: "Receio que ele vá se tornar orgulhoso; devemos orar muito para ele se manter humilde!" Irmãos, essa é uma oração muito necessária para qualquer pessoa; mas é muito mais necessária para o homem bem-sucedido do que para o fracassado. Na realidade, se uma pessoa pensar que tem menos necessidade de orar contra o orgulho do que qualquer outro homem, é pressuposição orgulhosa por parte dessa pessoa. Não imaginem que quando a igreja prospera, ela se torna necessariamente orgulhosa. Pelo contrário, o próprio fato de o barco ficar cheio faz com que afunde, e a própria abundância do milagre nos leva a exclamar ainda mais "Isso provém do Senhor!", pois temos certeza de que não poderia ser da parte do homem, uma vez que está fora do alcance dos homens realizar tamanhas maravilhas.

Até aqui, portanto, existe uma semelhança que percorre a totalidade. Meios devem ser usados; mas meios por si só não servem para nada; a presença de Cristo dá o sucesso; esse sucesso desenvolve a fraqueza humana, e leva à exclamação: "Isso provém do Senhor."

II. Depois de ter sido mostrada a semelhança, será ainda mais interessante notar a dessemelhança.

Queremos dizer, já no início, que achamos que o primeiro desses dois retratos representa a igreja de Deus conforme a vemos; o segundo a representa conforme ela realmente é. O primeiro retrata diante de nós a igreja visível; o segundo, a invisível. Lucas nos conta o que a multidão vê; João nos conta o que Cristo mostrou aos seus discípulos somente. O primeiro retrato é o da verdade comum que a multidão pode receber; o segundo é mistério especial revelado somente às mentes espirituais. Observem, portanto, com cuidado, os pontos de divergência.

1. Primeiro, há uma diferença nas ordens dadas. No primeiro retrato, é: "Vá para onde as águas são mais fundas... Lancem as redes para a pesca." No segundo, trata-se de: "Lancem a rede do lado direito do barco." O primeiro revela a ordem que Cristo dá a todos os ministros; o segundo revela a obra secreta do seu Espírito na obra. O primeiro nos mostra que o ministério é pescar em tudo quanto é lugar. A única ordem que o cristão recebe, quanto à sua pregação, é: "Vá para onde as águas são mais fundas... Lancem as redes para a pesca." Ele não deve selecionar nenhum tipo específico de pessoa; ele deve pregar a todos, tanto aos pecadores sensíveis, quanto aos insensíveis; ele deve pregar aos ossos mortos e secos no vale, assim como às almas vivas. Ele não deve tentar ver onde estão os peixes, mas simplesmente lançar a rede da maneira que seu Mestre mandar. "Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas" (Mc 16.15). Os ministros que pregam apenas aos eleitos devem se lembrar disso. Nossa tarefa é incluir todos os tipos de peixes, e não exigir onde queremos estar, mas só deixar a rede cair na água. O que importa se estamos numa cidade grande, pequena ou numa aldeia? O que importa se estamos entre os ricos ou entre os pobres, entre os eruditos ou entre os analfabetos? O que importa se estamos entre os devassos ou entre os imorais? Nada temos a ver com isso - nosso dever é o mesmo: "Vá para onde as águas são mais fundas... Lancem as redes", é só isso. Cristo achará os peixes; não é responsabilidade nossa. A verdade secreta é que, enquanto fazemos isso, o Senhor sabe nos orientar, de modo que "lançamos a rede do lado direito do barco". Esse é o ministério secreto e invisível do Espírito, pelo qual ele adapta o nosso ministério, que em si mesmo é geral, a ponto de o fazer particular e especial. Nós falamos a todos, e ele fala a alguns. Nós soamos a trombeta, mas somente os devedores bancarrotas o escutam; somente aqueles que são real-mente do Espírito de Deus reconhecem o som jubiloso e se regozijam nele. Nós não podemos distingui-los, mas Deus pode. Lançamos a bendita pedra-ímã do evangelho, e o ímã celestial tem afinidade com certos corações que Deus já abençoou para que creiam todos os que foram destinados à vida eterna. Os apóstolos pregavam à multidão, mas o Senhor Deus, o Espírito Santo, que decretara a salvação dos seus escolhidos, fez a palavra aplicar-se fortemente aos escolhidos e separados. Que alegria é pensar que sempre temos aqui uma congregação selecionada, pois o Senhor selecionou seus membros! Embora estejam amontoados indiscriminadamente - os bons e os maus, aqui e ali, todos misturados e remexidos juntamente - no entanto, Deus os faz entrar segundo seu propósito eterno, e durante o tempo todo existe um núcleo de almas escolhidas dentro da massa da congregação, e a essas almas Deus está aplicando a palavra. Afinal de contas, nós lançamos a rede pelo lado direito do barco e descobrimos realmente que ela se enche.

2. Na primeira ocorrência, vocês verão que existe uma pluralidade distintiva. Os pescadores têm as redes - no plural; têm barcos - no plural. É empregada uma pluralidade de agência. Cada homem parece destacar-se distintamente. Na segunda ocorrência, tudo está no singular. São muitos ho-mens, mas todos eles estão num único barco. Arrastam a rede em união, mas é apenas uma única rede - não há divisão, é tudo um só. Ora, trata-se do visível e do invisível. Às vezes, estamos num único barco, tentando pescar tantos peixes quanto podemos. Existe outro barco lá longe, e os homens que estão nele tentam fazer a mesma coisa. Devemos considerá-los nossos parceiros. E toda vez que o nosso barco ficar cheio demais, devemos fazer sinais aos nossos companheiros do outro barco para virem nos ajudar. Não devemos considerar aqueles irmãos, que diferem de nós, como se estivessem esvaziando os mares e agindo como nossos rivais. Quanto mais obreiros, tanto melhor. Quanto mais homens para praticar o bem, tanto mais será louvado o nome do Senhor. Acho que, em muitas das nossas cidades, onde alguns dos nossos irmãos queixosos dizem que todas as pessoas boas devem pertencer a uma única capela, que seria muito melhor que houvesse três ou quatro delas. Duvido que a pluralidade de agência envolvida nas denominações não seja um grande benefício e bênção. Ao contrário de resistir aos meus irmãos, por levarem adiante as suas convicções, louvo a eles, e os considero companheiros em outro navio. Nossas distinções denominacionais ajudam a nos manter acordados, e assim uma delas desperta as demais, e então realizamos muito mais bem no mundo do que seria o caso se existisse uma única igreja nominal. Deus quer diversidade nas agências. Deve haver várias redes, e deve haver vários pescadores, e esses pescadores devem estar em barcos diferentes. Dentro dos limites da nossa percepção, sempre haverá um Paulo e um Barnabé que não conseguirão cooperar juntos; sempre haverá divisões externas no ministério; e eu me declaro defensor dessas coisas, pois as amo. Conforme já mencionei anteriormente, não repudio aquilo que chamam de sectarismo, mas o sustento.

Olhemos, porém, para o aspecto interior. Em João, estão num único barco, todos pescando juntos, todos arrastando uma única rede. Ah, irmãos, o fato é realmente este. Não percebemos, mas todos os ministros de Deus estão arrastando uma única rede, e toda a igreja de Deus está num único barco. Como dou graças a Deus por essa doce doutrina! É inútil nos esforçarmos pela uniformidade exterior; nunca a veremos. Nem a textura da mente humana, nem a vontade de Deus, exigem tal coisa. Não adianta levantar contenda contra as diversidades que existem na grande igreja visível. Não me consta que essas diferenças sejam iníquas. São os resultados naturais do caráter finito do homem. O que Deus quer que respeitemos é a unidade no Espírito; é a união em Cristo Jesus; é nossa união com nossos irmãos, em amor. Aprendamos essa união a partir do fato de que, embora pareça haver diferenças entre nós, se formos ministros de Deus, existe um só ministério; se formos a igreja de Deus, existe uma só igreja no mundo; existe uma só noiva do Senhor Jesus; existe um só aprisco e um só pastor. Embora diante dos nossos olhos seja sempre assim - dois barcos ou vinte barcos; duas redes ou até mesmo cinquenta redes -, mas, para Deus, que vê as coisas melhor do que nós podemos enxergálas, existe um só barco e uma só rede; e todos aqueles que forem pescados nessa única rede serão trazidos com segurança para a praia.

3. Em terceiro lugar, há outra diferença. Na primeira ocorrência, quantos peixes foram pescados? O texto fala numa grande quantidade. Na segunda ocorrência, uma grande quantidade foi pescada também, mas todos os peixes são contados e numerados. "Cento e cinquenta e três." Na primeira ocorrência, Lucas não nos conta quantos peixes foram pescados, pois havia alguns entre eles que não valiam a contagem; mas na segunda ocorrência, vocês perceberão que o número exato é registrado: "cento e cinquenta e três." Que motivo Pedro tinha para contar os peixes? Não conseguimos saber. Mas acho que sei por que o Senhor o levou a fazer isso. Era para nos mostrar que, embora na instrumentalidade externa de agregar o número dos salvos seja, para nós, uma questão da qual nada sabemos com certeza, o Senhor, de modo secreto e invisível, contou-os até à cifra ímpar, e ele sabe muito bem quantos a rede do evangelho pescará. Vejam, onde o evangelho é pregado, que grande multidão é acolhida! Milhares e dezenas de milhares são acrescentados às diferentes igrejas de Cristo, e fazem profissão da sua fé. Seria impossível fazer o cálculo, em toda a cristandade, de quantos foram apanhados pela rede externa da igreja visível de Cristo. Mas, irmãos, é bem possível que Deus saiba quantos serão trazidos no fim, e quantos agora já estão na igreja invisível. Ele os contou, preordenou o seu número, fixou-os e os estabeleceu. O número "cento e cinquenta e três", segundo me parece, representa um número específico e grande. Haverá no céu um número tão grande que nenhum homem poderá contar, pois os eleitos de Deus não são poucos, isso porque "o Senhor conhece os que são dele". Haverá um número determinado e fixado, que não será nem diminuído, nem aumentado, mas permanecerá o mesmo, segundo seu propósito e vontade. Ora, eu, como pregador, não tenho nada a ver com a contagem dos peixes. Meu dever é para com a grande multidão. A rede rompe a superfície da água de novo! Ó Mestre! Tu que nos ensinaste a lançar a rede e acolher uma multidão, guia para dentro dela os cento e cinquenta e três peixes!

4. Além disso, notem outra diferença. Os peixes que foram pescados na primeira ocasião parecem ter sido de todos os tipos. A rede se rompeu, e, portanto, alguns peixes escaparam, sem dúvida; outros eram tão pequenos que não valeria a pena serem comidos e, por certo, foram jogados de volta às águas. "Os bons serão recolhidos em vasilhas, e os maus, jogados fora." Na segunda ocasião, a rede ficou cheia de peixes grandes; todos eram peixes grandes, todos eram bons para comer e todos os cento e cinquenta e três peixes valiam a pena guardar, e não havia nenhum pequenininho que tivesse de ser jogado de volta às profundezas. A primeira nos apresenta o efeito exterior e visível do ministério. Reunimos um grande número na igreja de Cristo. E sempre haverá nesse número alguns que não prestam, que não foram real-mente chamados por Deus. Às vezes, temos reuniões da igreja, nas quais precisamos excluir os maus. Temos muitos encontros cheios de bem-aventurança, nos quais se trata se recolher os peixes - e que pescas enormes Deus nos tem dado! Glória ao seu nome! Mas, em outras ocasiões, precisamos nos sentar para a contagem dos nossos peixes, e alguns deles precisam ser jogados fora; nem Deus nem os homens podem suportá-los. É assim na igreja exterior e visível. Que ninguém se surpreenda se as ervas más crescerem junto com o trigo - é assim que são as coisas, deve ser assim. Ninguém entre nós deve estranhar se existem lobos vestidos de ovelhas - sempre será assim. Havia um Judas entre os doze apóstolos; haverá enganadores entre nós até o fim do capítulo. Não é assim a igreja invisível - a igreja dentro da igreja - o santo dos santos dentro do templo. Nela, não existe ninguém para ser jogado fora. Não, o Senhor que os trouxe para a rede, trouxe o tipo certo; não trouxe um único hipócrita ou apóstata; e tendo-os trazido até ao número exato de cento e cinquenta e três, nenhum deles pode sair de novo, mas são mantidos naquela rede, pois aquela rede não se rompe, estão na igreja secreta e invisível de Cristo, e não conseguem sair dela, apesar do que fizerem. Podem até mesmo abandonar sua profissão nominal de fé, e assim ficar fora da igreja visível, mas não podem desistir da sua possessão secreta; não poderão escapar da igreja secreta e visível, e todos serão mantidos ali até a rede ser arrastada para a praia, e todos os cento e cinquenta e três serem salvos.

5. Além disso, na primeira ocorrência, a rede se rompeu, e na segunda ocorrência, não. Ora, na primeira, na igreja visível, a rede se rompe. Meus irmãos sempre estão exclamando: "A rede se rompeu!" Sem dúvida, é um mau acontecimento quando uma rede se rompe; mas vocês não precisam se maravilhar com isso. Nesse exato momento, quando a rede está cheia, parar a fim de consertá-la; ela vai quebrar. O que estou querendo dizer com isso? Por que, em vez de termos uma só denominação, temos vinte ou trinta? A rede está rompida. Não estou entristecido por causa disso. Acredito que assim terá que ser, enquanto formos feitos de carne e de sangue. Isso porque, a não ser que consigamos um conjunto de homens perfeitos, nunca teremos nada senão essas divisões. A rede terá de ser romper, e se romperá mesmo. Mas, glória seja dada a Deus, a rede não se rompe na realidade, pois, embora a igreja visível pareça estar rasgada e despedaçada, a igreja invisível é uma só. O escolhidos por Deus, chamados por Deus, comprados pelo sangue de Deus, são um só, de coração, de alma e de espírito. Embora usem nomes diferentes entre os ho-mens, não deixam de usar, diante de Deus, o nome do Pai escrito na sua testa; e sempre são um, e sempre devem ser um só.

Vocês percebem, irmãos, que não os aconselhei a se esforçarem para obterem uma união nominal. Quanto mais vocês se esforçarem em favor dela, tanto mais numerosas ficarão as divisões. Certos irmãos saíram de muitas das nossas denominações e formaram, segundo disseram, uma igreja que não fosse uma seita. A única coisa que fizeram foi formar uma seita que foi a mais sectária das seitas - a mais estreita e mais amarga das facções, embora contivesse alguns dos melhores homens, alguns dos melhores cristãos, alguns dos escritores mais capazes daqueles tempos. Vocês não podem fazer uma uniformidade visível, isso está além da sua capacidade - a rede está quebrada. Pois bem, cuidem dos peixes e não mexam com a rede, mas mantenham a unidade do Espírito no vínculo da perfeição. Tomem cuidado para não se tornarem cismáticos no coração, para não conterem heresia na alma, a fim de manter a união com todos que amam ao Senhor Jesus Cristo com sinceridade; e nisso vocês não demorarão a ver que a rede não está rompida, mas que os santos estão totalmente unidos. Como bendigo a Deus porque, uma vez que ficamos juntos com o povo de Deus - não importa quem eles sejam -, rapidamente descobrimos que a rede não se quebrou. Existem muitos clérigos piedosos na Igreja da Inglaterra, como aqueles com os quais mantenho comunhão com a maior alegria, e descobri que a rede não está quebrada; e, ao conversar com irmãos de todas as denominações, vi que alguns estão tão separados entre si como os dois polos, seja por causa da doutrina, seja por causa do sentimento, mas ainda percebi que havia harmonia de coração tão real e perfeita que a rede não se rompia. Não acredito que o amor cristão tivesse realizado uma obra tão perfeita na igreja de Cristo se não fosse pelo fato de estarmos divididos em tribos, como as doze tribos da Antiguidade. É pouco amor cristão para eu amar um irmão que pensa como eu penso - nem posso evitar amá-lo; mas para eu amar um caro irmão que difere de mim em alguns aspectos, aí há exercício e espaço para minha caridade, para meu amor cristão; e assim como Deus nos deixou provações e aflições para exercermos nossa fé, acredito que ele nos deixou muitas dificuldades doutrinárias para exercermos o nosso amor até chegar o dia em que todos cresceremos à estatura de homens perfeitos em Cristo Jesus. A rede não está rompida, irmãos; não creiam nisso, e quando vocês lerem a respeito de uma denominação ou de outra, não fiquem aflitos por causa desses nomes e tribos, mas dêem graças a Deus por eles; digam: aquilo é a igreja visível, e a rede está rompida; mas existe uma igreja invisível na qual a rede não está rompida, onde somos um só em Cristo, e assim devemos ser para sempre.

Existem vários outros pontos de diferença, mas acho que nosso tempo está escasso demais para entrarmos em pormenores. Vou apenas apresentar alguns indícios. Na primeira ocorrência, que é a igreja visível, você vê como a fraqueza humana fica sendo o aspecto mais forte; ali está o barco a ponto de afundar, ali está a rede rompida, e ali estão os homens totalmente desanimados, assustados, atônitos, e implorando que o Mestre vá embora. Na outra ocorrência, não é assim, de modo algum. Existe a fraqueza humana, mas os homens ficam fortes o suficiente. Não têm forças de sobra, conforme vocês perceberem, mas ainda têm forças suficientes, a rede não se rompe, o barco chega lentamente à praia arrastando os peixes; e então, por fim, Simão Pedro puxa os peixes para a praia. Por certo, era forte. Os discípulos tinham forças suficientes apenas para colocarem os peixes na praia. Assim também na igreja de Cristo visível vocês precisarão ficar pesarosos por causa da fraqueza humana; mas na igreja invisível, Deus deixará seus servos suficientemente fortes apenas - e não mais do que isso - para arrastar seus peixes até a praia. As agências, os meios, as instrumentalidades, terão forças suficientes para colocar todas as almas eleitas no céu, a fim de que Deus seja glorificado.

Notem, na primeira ocorrência, na igreja visível, que as águas eram mais fundas. Na segunda ocorrência, não estava muito longe da praia, mas a pequena distância. Assim também hoje, nossa pregação nos parece uma saída para as grandes profundezas tempestuosas do mar, a busca dos peixes. Parece que precisamos chegar a uma distância longínqua antes de levarmos essas almas preciosas à terra. Mas, diante de Deus, não estamos longe da praia; e quando uma alma é salva, ela não está longe do céu. Do nosso ponto de vista, existem muitos anos de tentação, de provação e de conflito; mas para Deus, o Altíssimo, está terminado - "está consumado" (Jo 19.30). Estão salvas: não estão longe da praia.

Na primeira ocorrência, os discípulos precisavam abandonar tudo e seguir a Cristo. Na segunda, sentaram-se para festejar com ele no banquete requintado que Cristo preparara. Assim também, na igreja visível, hoje, precisamos suportar provações e abnegações por amor a Cristo, mas, para a glória de Deus, o olho da fé percebe que, dentro em breve, arrastaremos a nossa rede até a terra, e então o Mestre dirá: "Venham comer"; e nos sentaremos e festejaremos na sua presença, com Abraão, Isaque e Jacó no reino de Deus.

III. O termo se esgotou, e termino ao notar uma entre as muitas lições que as duas narrativas em comum parecem ensinar. Na primeira ocorrência, Cristo estava no barco. Oh! Deus seja bendito porque Cristo está na sua igreja, embora ela vá para onde as águas são mais fundas! Na segunda ocorrência, Cristo estava na praia. Cristo está no céu; bendito seja Deus por isso!

Ele não está aqui, mas ele ressuscitou; subiu às alturas em nosso favor. Mas, quer ele esteja na igreja, quer esteja na praia celestial, a totalidade da nossa labuta durante a noite terá, mediante a presença dele, um rico galardão. Essa é a lição. Você, que é mãe, quer aprendê-la? Você está labutando há muito tempo em favor dos seus filhos. Por enquanto, tudo tem sido noite para você. Os filhos não dão nenhuma evidência da graça; pelo contrário, dão muitos sinais do pecado, e entristecem o seu espírito. Suas labutas noturnas chegarão ao fim; você finalmente lançará a rede do lado direito do barco. Você que é professor da Escola Dominical, que tem labutado com diligência, durante longo tempo, mas com poucos frutos; não desanime, pois o Mestre não o deixará trabalhar em vão; no devido tempo, você colherá se não desanimar; e assim como esses discípulos fizeram uma grande colheita no mar, assim também você terá uma colheita de almas. Pastor, você estava arando as rochas estéreis, e, por enquanto, não houve molhos para alegrar o seu coração. Sem dúvida, você "voltará se regozijando, trazendo consigo os molhos". E você, ó igreja, labutando em favor das almas, que se encontram diariamente nas orações, pleiteando com as pessoas a fim de que venham a Cristo, o que acontece se ainda não estão salvas?

A manhã está chegando, a noite já está quase acabada, e o próprio Mestre não demorará em aparecer; e ainda que ele não ache fé na Terra, porém seu Advento trará à sua igreja o sucesso pelo qual ela tem aguardado - tão grande sucesso que, assim como uma mulher não se lembra mais das suas dores de parto, porque um homem nasceu no mundo, assim também a igreja não mais se lembrará das suas labutas, dos seus esforços e das suas orações, porque o reino de Cristo veio, e a sua vontade é feita na Terra, assim como também no céu. Trabalhem, caros amigos! Se houver alguém entre vocês que não esteja trabalhando, comece agora; se houver alguém entre vocês que não esteja salvo, conceda o Senhor que, quando a Palavra for pregada, vocês sejam apanhadas nela como numa rede. Nós estamos lançando essa rede mais uma vez agora; esperamos lançá-la de novo. "Creia no Senhor Jesus Cristo, e você será salvo", pois "Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado." Fujam para Cristo! Escapem da ira vindoura! Que o Espírito aplique a você aquela palavra e dirija você até o lugar onde, no alto do Calvário, com mãos e pés sangrando, o Salvador morre! Com um único olhar para ele, você estará salvo. Olhe, pecador, e viva! Deus salve você, por amor a Cristo! Amém.

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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