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19 de jul. de 2010

Capítulo 18 - Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica A RESPONSABILIDADE HUMANA

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Por responsabilidade humana queremos dizer aquela do homem para com Deus por todas as suas ações. O ensino da responsabilidade do homem é tão geral na Bíblia que não se precisam de citações da Escritura. Quem quer que de algum modo esteja familiarizado com a Bíblia poderia sem nenhuma dificuldade achar bastante de provas textuais sobre este assunto.
I. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A SOBERANIA DE DEUS
1. O SENTIDO DA SOBERANIA DE DEUS
A soberania absoluta de Deus quer dizer o mesmo que Paulo afirma em Efésios 1:11, onde ele fala de Deus como de um que !faz todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade?. Isto ensina o mesmo que a Confissão de Fé de Filadélfia, quando diz: !Deus decretou nEle mesmo, desde toda a eternidade, pelo mais sábio e santo de Sua própria vontade, livre e imutavelmente, todas as coisas quantas venham a passar?. Outras passagens que ensinam a soberania absoluta de Deus são como segue:
?Quem não entende por todas estas coisas que a mão do Senhor faz isto? Em cuja mão está a alma de tudo quanto vive e o fôlego de toda a carne humana? (Jó 12:9,10).
?Jeová estabeleceu o Seu trono nos céus e o Seu reino domina sobre tudo? (Salmos 103:19).
?Tudo quanto o Senhor quis, fez, nos céus e na terra, nos mares e em todos os abismos? (Salmos 135:6).
?Quem é aquele que diz e assim acontece, quando o Senhor o não mande. Porventura da boca do Altíssimo não sai o mal e o bem?? (Lamentações 3:37,38).
?Formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas? (Isaías 45:7).
?Sou Deus e não há outro como Eu, que anuncio as coisas desde o princípio e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme e farei toda a minha vontade? (Isaías 46:9,10).
?Todos os senhores da terra são tidos como nada e, segundo a Sua vontade, faz com o exercito do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa estorvar a mão e lhe diga: Que fazes?? (Daniel 4:35).
?Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: !Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos meninos? (Mateus 11:25).
?Respondeu-lhe Jesus: !Não terias tu nenhum poder contra mim, se do céu não te fora dado? (João 19:11).
?Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, de sorte que não é do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece; porque diz a Escritura a faraó: !Para isto mesmo te constituí, para em ti mostrar o meu poder e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. De sorte que se compadece de quem quer e endurece a quem quer? (Romanos 9:15-18).
Vide também Atos 2:23 e 4:27-28.
2. PORQUE O HOMEM É RESPONSÁVEL?
A pergunta é, então, como pode o homem ser responsável por suas ações quando tudo que ele faz foi ordenado e decretado por Deus? Não é isto uma pergunta nova: é no mínimo tão velha como o Novo Testamento e, provavelmente, mais velha. Paulo antecipou esta pergunta aos seus leitores quando ele escreveu o admirável capítulo nono de Romanos. Disse ele: !Dir-me-ás então: Porque se queixa ele ainda? Porquanto, quem resiste a sua vontade?? E a resposta de Paulo foi: !Mas antes, ó homem, quem es tu que contestas contra Deus? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Porque me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?? Paulo, bem se vê, ao mencionar esta pergunta e sua resposta, mostra, conclusivamente, que ensinou a soberania absoluta de Deus. Na verdade, as suas palavras precedentes ensinam, claramente, isso. Paulo deu a resposta que deu porque antecipou a pergunta como vinda de um objetor. Quando ela vem como de um reverente inquiridor, ela merece consideração mais minuciosa. A resposta de Paulo teve de ser mais breve porque o seu tempo e propósito não permitiram uma discussão mais longa. O nosso tempo permite e o nosso fim requer uma discussão mais completa.
O homem é responsável por suas ações, não obstante o fato que Deus decretou tudo quanto venha a passar, ao menos por três razões:
1. O DECRETO DE DEUS CONCERNENTE AO PECADO NÃO É CAUSATIVO SENÃO PERMISSIVO, DIRETIVO, PREVENTIVO E DETERMINATIVO.
Deus decretou que o pecado viesse ao mundo, por motivos que são inteiramente conhecidos somente dEle, mas Ele decretou que o pecado viesse pela própria livre escolha do homem. Deus não compele o homem a pecar, mas permite-o. O homem, e não Deus, é a causa eficiente do pecado e por essa razão o homem é responsável.
Antes de passar adiante, é preciso ser observado que nenhumas objeções podem ser trazidas contra a afirmação que Deus decretou o pecado viesse ao mundo que não possa ser trazida contra a permissão atual do pecado por Deus, a menos que o objetor assuma a posição que Deus foi impotente para impedir a entrada do pecado. Isto seria uma negação da onipotência e soberania de Deus e renderia o objetor indigno de consideração aqui. A onipotência e soberania de Deus nos ensinam que o que quer que Deus o permita Ele o permite porque Ele quer fazer assim. E desde que Deus é imutável, sua vontade tem sido sempre a mesma: o que Ele quer em qualquer tempo Ele tem querido desde toda a eternidade. Portanto, Sua vontade iguala ao Seu propósito e o Seu propósito iguala ao Seu decreto.
2. A LEI DE DEUS E NÃO O SEU DECRETO FIXA O DEVER E A RESPONSABILIDADE DO HOMEM.
A Lei de Deus é o guia e o padrão do homem. Isto é à vontade revelada de Deus. O decreto de Deus é a Sua vontade secreta. O homem nada tem a fazer com isto, exceto saber e reconhecer os fatos concernentes. !As coisas secretas pertencem as Jeová, nosso Deus, mas as reveladas a nós pertencem e aos nossos filhos para sempre, para que façamos todas as palavras desta Lei? (Deuteronômio 29:29).
3. O MOTIVO ANTES DE O HOMEM PECAR FÁ-LO RESPONSÁVEL.
Porque o homem peca? É porque ele quer, porventura, fazer a vontade de Deus? Não, nunca assim. Porque os homens crucificaram a Cristo? Porque creram que Deus O mandará para morrer como uma porta-pecado? Não. Foi porque eles O odiaram. Crucificaram-O através de motivos ímpios. É assim sempre que o homem peca. O pecado procede do amor do homem as trevas (João 3:19).
II. A RESPONSABILIDADE HUMANA E A INABILIDADE ESPIRITUAL DO HOMEM
Uma outra pergunta concernente a responsabilidade do homem é: Como pode o homem ser responsável por não obedecer inteiramente à Lei de Deus e por não receber o Evangelho, quando o ouve, se ele por natureza não pode fazer ambas as coisas? Para prova da inabilidade espiritual do homem vide os capítulos sobre Pecado e Conversão.
A resposta a esta pergunta é que o homem pode ser responsável pelo que ele não pode fazer somente na suposição de ele ser culpado por sua inabilidade. E é um fato que o homem é culpado por sua inabilidade espiritual. Não é que ele, individualmente, por seu próprio ato pessoal, deu origem à inabilidade, porque ele nasceu com ela; mas todo homem pecou em Adão e assim deu origem à sua inabilidade espiritual. Que todo homem pecou em Adão é o verdadeiro ensino de Romanos 5:12: !Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens porque TODOS PECARAM?. !Pecaram? no grego está no aoristo, o qual expressa ação passada distinta. A passagem fá-lo referir-se à participação de todos os homens no pecado de Adão.
Mas, como participamos no pecado de Adão quando não estávamos nascidos quando ele pecou? Pensamos que não podemos fazer melhor do que dar em resposta as seguintes palavras de A. H. Strong: !Deus imputa o pecado de Adão imediatamente a toda a sua posteridade em virtude daquela unidade orgânica da espécie humana pela qual a raça toda existiu ao tempo da transgressão de Adão, não individualmente senão seminalmente, nele como seu cabeça. A vida total da humanidade estava então em Adão; a raça por enquanto tinha o seu ser somente nele. Sua essência ainda não estava individualizada; suas forças ainda não estavam distribuídas; as faculdades que agora existem em homens separados estiveram então unificadas e localizadas em Adão; a vontade de Adão foi entrementes a vontade da espécie. No ato livre de Adão a vontade da raça revoltou-se contra Deus e a natureza da raça corrompeu-se. A natureza que possuímos agora é a mesma natureza que se corrompeu em Adão; não a mesma meramente em qualidade senão a mesma fluindo para nós continuamente dele. O pecado de Adão nos é imputado imediatamente; logo, não como algo a nós estranho, mas porque é de nós, nós e todos outros homens tendo existido como uma pessoa moral, ou um todo moral, nele, e como o resultado daquela transgressão, possuindo uma natureza destituída de amor a Deus e inclinada ao mal? (Systematic Theology, pág. 328).
III. A RESPONSABILIDADE HUMANA DEPENDENDO DO CONHECIMENTO
Preciso é ficar acentuado que o homem é responsável somente enquanto ele conhece ou tem dentro do seu alcance o conhecimento do que é justo. O pagão é responsável de reconhecer a Deus porque, e somente porque, !o que de Deus se pode conhecer nele esta manifesto; porque Deus lho manifestou. Porque as Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o Seu eterno poder, como a Sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que fiquem inescusáveis? (Romanos 1:19,20). Quanto a atos de conduta externa, o pagão é responsável somente pela violação de tais princípios de justiça como sua própria consciência reconhece. !Todos quantos sem Lei pecaram, sem Lei também perecerão?, isto é, aqueles a quem a Lei escrita de Deus não se fez conhecida perecerão, mas não perecerão pela condenação da Lei escrita. Como então serão julgados? Os versos que seguem a citação supra mostram que serão julgados pelo seu propósito paradigma de justiça; não serão acusados de transgressões, exceto aquelas contra sua própria consciência. Vide Romanos 2:12-15.
Do acima é evidente que os pagãos não serão acusados do pecado de incredulidade ou rejeição do Evangelho; todavia perecerão. Mostra isto que é o pecado em geral que condena primariamente. A rejeição do Evangelho não traz condenação ao homem: ela somente a manifesta e aumenta a penalidade que será infringida por causa dela.
O fato de a responsabilidade humana depender do conhecimento explica porque serão salvos as criancinhas agonizantes e os imbecis natos: estão uns e outros mentalmente cegos aos princípios da justiça e, portanto, não são responsáveis. Esta é a espécie de cegueira que os fariseus pensaram ter Jesus dado a entender em João 9:39. E Jesus, percebendo os pensamentos dos seus corações, disse-lhes: !Se fosseis cegos (no sentido que tendes em mentes), não teríeis pecado? (João 9:41). Só há três espécies de cegueiras: física, mental e espiritual. Os fariseus não suposeram, certamente, que Jesus quis dizer que estavam fisicamente cegos e, certamente, Cristo não quis dizer na sua resposta que eles não estavam espiritualmente cegos. Vide João 12:37-40; 2 Cor. 4:3,4. Jesus podia ter querido dizer apenas uma coisa e essa é que, se estivesse mentalmente cegos, não teriam pecado. As crianças e os imbecis são mentalmente cegos, como já se disse, e não são, portanto, responsáveis por sua conduta. É por esta razão que cremos que serão salvos pelo sangue de Cristo sem o exercício da fé no corpo. Contudo, desde que têm uma natureza pecaminosa, devemos crer que lhes será necessário ser regenerados e trazidos assim à fé em Cristo. A Bíblia fá-lo claro que isto é necessário antes que alguém se ajuste à presença de Deus, mas ela não nos diz quando terá lugar com referência as crianças e aos imbecis. Somos da opinião que terá lugar na hora de separação entre espírito e corpo na morte.

Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04

Como a Palavra nos Influencia - C. H. Spurgeon

/ On : 19:48/ SOLA SCRIPTURA - Se você crê somente naquilo que gosta no evangelho e rejeita o que não gosta, não é no Evangelho que você crê,mas, sim, em si mesmo - AGOSTINHO.



Estou persuadido de que o tipo de pessoa mais nobre que existe na face da terra é aquele que serve a Deus; que todos os outros tipos de homens são falhos e imperfeitos em si, em altíssimo grau, e também são muito inferiores em força e beleza àquilo que é produzido nos homens pela dedicação ao serviço de Deus. Um homem guiado pelo Espírito Santo a viver para o Senhor é um ser totalmente mais nobre do que aquele que é movido por um motivo menos grandioso.

Deixem-me mostrar-lhes quão sadio é servir a Deus. O homem que serve a Deus, movido pelo Espírito de Deus para assim fazer, é humilde. Se ele fosse orgulhoso seria prova imediata de que ele não está servindo a Deus; contudo, lembrando que Deus é seu soberano, e que Ele o tem feito, que na mão dEle está sua vida, faz com que o homem bom se sinta nada mais do que pó e cinza. Servindo a Deus mantém o homem no seu devido lugar. E um ponto de equilíbrio para ele, sem o qual talvez fosse levado à destruição, como as miríades de borboletas que tenho visto em alto mar, condenadas logo a caírem nas ondas. Ao mesmo tempo, enquanto soleniza o homem, também o enche de alegria, de louvor, e de gratidão, assim dando-lhe força além de estabilidade. Alguém que ama servir a Deus recebe misericórdias de Sua mão com grande gratidão e gozo, e fica satisfeito com a vontade de Deus e, portanto, está cheio de gratidão para com Ele; e deixem-me dizer-lhes que não há momentos mais abençoados na vida de uma pessoa do que aqueles ocupados com gratidão adoradora.

Não há nada mais purgativo, ou que mais purifique um homem da grosseria mundana, e de toda a poluição do egocentrismo, do que servir ao Deus eterno e sempre bendito, e sentir que há Alguém tão maior, tão melhor do que ele mesmo, a quem almejamos, para quem vivemos. E assim que, simultaneamente, a pessoa sente-se humilde, encorajada e animada.

O serviço de Deus é nobre mais do que qualquer outro serviço. Vejam, por exemplo, um homem que vive para si mesmo; seu maior objetivo é ganhar dinheiro. Vejam-no e considerem-no bem! Acaso a avidez por riquezas não seria uma das paixões mais desprezíveis que o coração humano possa possuir? A formiga, que trabalha para sua comunidade, para mim fica lá entre os anjos, comparada a um homem que sofre, trabalha e se deixa morrer de fome, simplesmente a fim de juntar para si mesmo uma pilha de metal dourado. Será que eu poderia elogiar mais aquele que ama o prazer? Que é o prazer? Da maneira que o mundo o entende, é uma imitação vazia, uma aparência de alegria, cobrindo profunda descontentamento. Muitas vezes penso, quando ouço criaturas mundanas rindo sobre tolices tão ridículas, que devem estar caçoando uns dos outros e dizendo, "Ri. Você deveria rir". Não consigo ver a alegria de seus divertimentos, no entanto elas conseguem. Lutam para ser felizes, todavia, depois de tudo, o que adianta ter vivido somente para ser entretido? Ter consumido todas as energias matando tempo! Haveria qualquer coisa mais desprezível?

Quão horrível é quando o homem vive para a concupiscência e gasta todas as suas energias gratificando suas paixões! Bárbaros! Animais! Que infelicidade! Insulto os animais quando comparo-os a tais homens. O homem que vive para Deus é um ser muito mais nobre. Ora, no próprio ato de renunciar a si mesmo e de dedicar-se a Deus o homem tem sido levantado do mundo, e de tudo que o segura ao pó e ao lodo dele, e ele tem subido tão mais perto dos querubins, tão mais perto, de fato, do divino. Isso torna o homem um verdadeiro homem, pois aquele que serve a Deus é corajoso, e varonil demais para ser escravo. "Deus pede-me para fazer tal coisa", ele diz, "e eu o farei imediatamente; e mesmo que você tenha me pedido fazer tal e tal coisa, desde que Deus não me tenha pedido fazer isso, o que você me pede não é obrigatório. Meu joelho foi feito para dobrar diante de meu Deus e não diante de você, e minha mente foi feita para crer no que Deus revela e não no que você decide me dizer."

Livre é o homem que o amor de Deus torna livre. Como são maravilhosas as provas disso que tivemos no decorrer da história, pois os homens que serviram a Deus têm sido os mais intrépidos mortais. Vejam o forno de fogo ardente, e o rosto do tirano Nabucodonozor quase tão vermelho quanto o próprio fogo; quase que ele não consegue falar, ele fica engasgado de paixão, porque os três jovens não adorarão a estátua de ouro: mas vejam como estão calmos ao dizerem: "Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; e, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste". Eis o verdadeiro estilo de varonilidade. O amor a Deus faz heróis.

Dê a um homem a determinação de servir a Deus e ele fica dotado de gloriosa perseverança. Vejam os apóstolos, mártires e missionários da fé, como eles avançaram, apesar de um mundo hostil; quando uma nação tem sido aparentemente inacessível eles têm encontrado um meio de entrar nela; quando o primeiro missionário morre, logo outro tem estado pronto para seguir nos seus passos. A Igreja Primitiva, na sua fraqueza, pobreza e insipiência lutou contra a filosofia, a riqueza e todos os poderes da Roma pagã, até que enfim o fraco superou o forte, e o ignorante derrotou o sábio. Aqueles que servem a Deus não podem ser vencidos; das derrotas eles aprendem a vitória. Se for necessário esperar, eles podem esperar, pois têm se juntado à vida do Eterno, e Deus não tem pressa, e nem eles. Se levar uma geração inteira para que a verdade seja escutada, deixe que leve uma geração; se levar cinqüenta gerações, que assim seja, contudo a obra será feita, a verdade será pregada, os ídolos serão abolidos e Deus será adorado. O Senhor, Seu serviço nos faz parecidos conTigo. Abençoados são os que usam o Teu jugo! Quão fortes eles crescem, quão pacientes para suportar, quão firmes para permanecer sólidos, quão rápidos para correr. Sobem com asas como águias quando aprendem a servir-Te.

Aquele que é guiado pelo Espírito Santo a servir a Deus é incitado, portanto, a um zelo, um fervor, e a um sacrifício de si mesmo ao qual nada mais poderia incitá-lo. Se vocês estão familiarizados com as vidas dos pioneiros da cruz, e especialmente das mortes dos mártires, terão visto o que a graça pode fazer dos homens. Acaso suas obras não são sublimes? Ora, esses homens riram na face de impossibilidades, e desprezaram dificuldades. Consideraram a roda e a tortura meras coisas do cotidiano, aprenderam a sorrir na face da própria morte, porque serviram a Deus. Nunca cogitaram em fugir, nem sonharam em retrair seu testemunho. Pessoas diziam, "Vocês são tolos": estavam dispostos a ouvi-los dizer isso e o consideravam cumprimento de profecia. Os reis da terra levantaram-se, e os governantes formavam conselhos e diziam: "Aniquilaremos vocês". Estavam dispostos a enfrentar isso também, no entanto não foram aniquilados. Aos olhos humanos, havia dificuldades insuperáveis em seus caminhos, porém não se importavam com o que os olhos humanos percebiam, viam através dos olhos da fé, e acreditando que estavam ocupados no serviço de Deus, sabiam que Deus estaria com eles. Sentiam que todas as forças da natureza na terra, todos os anjos no céu e todos os atributos da deidade, estavam do lado do homem que faz o serviço de Deus, e por isso foram em frente.

Tenho ouvido que um louco muitas vezes demonstrará as força de dez homens; e sei que há outro lado desse fato, pois quando um homem é possuído pelo Espírito Santo, e é levado totalmente por Ele, não se sabe dizer que força há nele, ele será dez homens num só. Ora, existem casos quando uma nação inteira parece estar contida num só homem, quando esse homem tem se entregado ao serviço de Deus.

Vejam Martinho Lutero! Não podem considerá-lo um homem comum, é difícil vê--lo como qualquer coisa menos do que uma conglomeração de uma tribo inteira. Ele crê que possui a verdade e que deve proclamá-la, e no nome de Deus ele a prega, e se existirem tantos demônios em Worms quanto telhas em cima das casas, não é nada para Lutero; e se o Eleitor da Saxônia lhe disser que não irá mais abrigá-lo, o que fará Lutero? Ora, ele declara que se abrigará sob o largo escudo do eterno Deus. Quando o papa emite uma bula contra ele, Lutero queima o documento. O que importava isso para ele? Ele teria queimado até a própria Roma. O homem tinha coragem o suficiente para qualquer coisa.

Ou considerem John Knox, todo emaciado, fraco e prestes a morrer, e no entanto tão possuído por Deus, tão inspirado, que ele não prega por nem meia hora antes de sentir que ele despedaçará o púlpito; ele agita toda a Escócia, e a rainha papista lhe teme mais do que a um exército de dez mil homens, porque Deus está nesse homem. O, aprenda a sentir da seguinte forma: "E a vontade de Deus, e a todo custo vou fazer a Sua vontade, pois é Deus que está mandando". Eu lhes digo: seria mais fácil para alguém tentar parar o sol no seu curso do que parar um homem que é dominado por essa convicção.

Se algum dia esta época tola de pequenos homens for erguida como coisa que pareça respeitável, e redimida do pântano de falsidade na qual está apodrecendo, será necessário que criemos uma raça de homens cuja intenção é servir a Deus, haja o que houver, e que não faça avaliações além destas: "E certo? Será feito. E errado? Então, não será feito". Não deveremos comprometer nossa posição, nem falar sobre arruinar nossa utilidade e estragar nossa posição por sermos exatos demais. Utilidade e posição! Deixem que essas sejam arruinadas e estragadas se a verdade ficar no caminho, pois Deus deve ser seguido selva adentro, sim, até para dentro das gargantas dos animais ferozes, e para dentro da boca do inferno, se Ele mostrar o caminho. Deus há de ser o guia, e se O seguirmos tudo há de estar bem conosco.

Entretanto, se não O seguirmos, aquilo que o homem pensa ser a coisa mais fácil tornar--se-á a mais difícil. Ele acha mais fácil permanecer quanto mais certo possível, porém sem correr riscos; ele acha melhor manter a paz em casa, conceder muitos pontos, não ser muito puritano ou muito exato, e assim por diante. Esse é o jeito fácil, o jeito que Deus detesta, o caminho que levará no fim a uma consciência cauterizada, e à exclusão do céu.

Todavia, a maneira de servir a Deus é ser lavado no sangue de Jesus, e então obedecer ao Senhor sem reserva, e buscar somente a Sua honra. Este é o caminho para o céu, e quando chegarmos àqueles lugares maravilhosos estaremos todos em harmonia com os perfeitos, pois eles servem ao Senhor de dia e de noite e consideram isso felicidade completa. Esta preparação e este serviço na terra são absoluta­mente essenciais para que possamos desfrutar do céu. Que Deus lhes conceda então, através do Seu Espírito Santo, que se entreguem a Deus, para servi-10 de agora em diante, e que Ele permita que nos encontremos lá nos lugares celestiais. Amém.

A Bíblia Revela nossa Depravação – A. W. Pink

Este é o seu primeiro préstimo: revelar a nossa depravação, desmascarar a nossa vileza, tornar conhecida a nossa iniquidade. A vida moral de um homem pode ser irrepreensível, seu trato com os seus semelhantes pode ser sem faltas; mas quando o Espírito Santo aplica a Palavra ao seu coração e à sua consciência, abrindo os seus olhos fechados pelo pecado para que perceba a sua relação e a sua atitude para com Deus, então ele exclama: "Ai de mim! Estou perdido!" (Isaías 6:5). É desse modo que toda a alma verdadeiramente salva é levada a perceber a necessidade que tem de Cristo. "Os sãos não precisam de médicos, e, sim, os doentes" (Lucas 5:31). Contudo, somente quando o Espírito aplica a Palavra, com poder divino, é que qualquer indivíduo é levado a sentir-se enfermo, enfermo até à morte.

Essa convicção, que impressiona o coração com o fato de que o pecado produziu tremenda devastação na constituição humana, não se restringe à experiência inicial, que precede de imediato à conversão. De cada vez que Deus bendiz a sua Palavra em meu coração, sou levado a sentir quão longe ando do padrão que Ele me apresenta, a saber: "...tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento" (I Pedro 1:15). Aqui, por conseguinte, temos o primeiro teste a ser aplicado: quando leio acerca dos tristes fracassos de diferentes personagens das Escrituras, isso me faz perceber quão infelizmente parecido com eles eu sou? E quando leio sabre a vida bem-aventurada e perfeita como a de Cristo, isso me faz reconhecer quão terrivelmente diferente sou eu dEle?

O indivíduo se beneficia espiritualmente quando a Palavra o faz entristecer-se por causa do pecado.

Com respeito ao ouvinte do solo rochoso foi dito que "...esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo antes de pouca duração..." (Mateus 13:20, 21). Porém, acerca daqueles que foram convencidos de pecado, sob a pregação de Pedro, está registrado que eles se sentiram compungidos em seus corações (ver Atos 2:37). O mesmo contraste se verifica hoje. Muitos ouvem um sermão floreado ou um discurso sobre a ''verdade dispensacional'', que exibe a capacidade de oratória ou mostra a habilidade intelectual do orador, mas que, usualmente, não contém qualquer aplicação à consciência. Aquela exposição é recebida com aprovação, mas ninguém é humilhado diante de Deus e nem é levado a andar mais perto dEle, por ela.

Porém, deixe-se que um servo fiel do Senhor (o qual pela graça divina não busca adquirir reputação por ''brilhantismo'') faça os ensinamentos bíblicos exercerem pressão sabre o caráter e a conduta, desvendando os tristes fracassos até mesmo dos melhores entre o povo de Deus, e embora a multidão despreze o mensageiro, as pessoas realmente regeneradas sentir-se-ão gratas pela mensagem que as leva a se lamentarem diante de Deus e a clamarem: "Desventurado homem que sou!" (Romanos 7:24). Assim acontece quando lemos pessoalmente a Palavra. E assim sucede quando o Espírito Santo a aplica de tal maneira que sou levado a ver e a sentir minha corrupção íntima, para que eu seja verdadeiramente abençoado.

Que palavra encontramos no trecho de Jeremias 31:19: "Na verdade, depois que me converti, arrependi-me; depois que fui instruído, bati no peito; fiquei envergonhado, confuso, porque levei o opróbrio da minha mocidade!"

Meu prezado amigo, você conhece algo parecido com essa experiência? Os seus estudos da Palavra de Deus produzem um coração quebrantado e o levam a humilhar-se perante Deus? Fica você convicto de seus pecados, de tal modo que é levado a arrepender-se diariamente perante ele? O cordeiro pascal tinha de ser comido com ''ervas amargas'' (Êxodo 12:8). Por semelhante modo, quando realmente nos alimentamos da Palavra, o Espírito Santo a torna "amarga" para nós, antes de tornar-se doce ao nosso paladar. Notemos a ordem das coisas, no trecho de Apocalipse 10.9: "Fui pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele então me fala: Toma-o, e devora-o; certamente ele será amargo ao teu estômago, mas na tua boca, doce coma mel". Essa será sempre a ordem da experiência: primeiramente deve vir a lamentação, e somente depois vem o consolo (Mateus 5:4); primeiro a humilhação, e depois a exaltação (I Pedro 5 :6).

Por que o pecado é punido se até ele glorifica Deus? – J. Edwards


O fato de o fim supremo da bondade ou justiça moral ser cumprido quando Deus é glorificado encontra-se pressuposto na objeção que o apóstolo faz ou que imagina que alguns farão. Romanos 3.7: "E, se por causa da minha mentira, fica em relevo a verdade de Deus para a sua glória, por que sou eu ainda condenado como pecador?", ou seja, uma vez que o grande fim da justiça é cumprido pelo meu pecado, quando Deus é glorificado, por que o meu pecado é condenado e castigado? E por que a minha perversidade não é considerada virtude?

As Escrituras também falam da glória de Deus como aquilo que constitui o valor e o fim de determinadas graças, como é o caso da é (Romanos 4.20: "Não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus"). Filipenses 2.11: "E toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai"); do arrependimento (Josué 7.19: "Dá glória ao SENHOR, Deus de Israel, e a ele rende louvores; e declara-me, agora, o que fizeste; não mo ocultes"); da caridade (2 Coríntios 8.19: "no desempenho desta graça ministrada por nós, para a glória do próprio Senhor e para mostrar a nossa boa vontade"); das ações de graça e louvor (Lucas 17.18: "Não houve, porventura, quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro?"; Salmo 50.23: "O que me oferece sacrifício de ações de graças, esse me glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação de Deus").

No tocante à última passagem, pode-se observar que Deus parece estar se referindo desse modo às atividades religiosas de seu povo, indicando que o fim da religião como um todo é glorificar a Deus. O povo supunha estar fazendo isso da melhor maneira possível ao oferecer um grande número de sacrifícios, mas Deus corrige esse erro e informa a ele que o fim maravilhoso da religião não é cumprido desse modo, mas sim na oferta dos sacrifícios mais espirituais do louvor e da santa conversão [estilo de vida].

Por fim, convém observar em particular as palavras do apóstolo em 1 Coríntios 6.19,20: "Acaso não sabeis... que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo".

Aqui, a glorificação de Deus não é apenas aquilo que compreende, em síntese, o fim da religião e o de Cristo ao nos redimir; o apóstolo também ressalta que, tendo em vista não sermos de nós mesmos, não devemos agir como se o fôssemos, mas sim como sendo de Deus; e não devemos usar os membros do nosso corpo ou as faculdades da nossa alma para nós mesmos, mas sim para Deus, fazendo dele o nosso fim. Expressa, ainda, a maneira como devemos fazer de Deus o nosso fim, ou seja, fazendo da sua glória o nosso fim. "Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo."

Não se pode supor, com isso, que, embora os cristãos sejam ordenados a fazer da glória de Deus o seu fim, este pode ser subordinado, subserviente apropria felicidade, pois, desse modo, ao agir antes e acima de tudo visando ao benefício próprio, usariam seu corpo, alma e espírito como se pertencessem a eles mesmos, e não como sendo de Deus, o que é diametralmente oposto ao objetivo da exortação do apóstolo e dos argumentos que ele apresenta, segundo os quais devemos nos entregar a Deus, usar a nós mesmos como sendo dele, e não de nós mesmos, e agir visando ao benefício dele, e não ao nosso.

 Assim, fica evidente, que a glória de Deus é o fim último para o qual ele criou o mundo.

Transportado acima das circunstâncias – M. Lloyd-Jones


"Vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus". Essa é a resposta. Mas é de importância vital que saibamos precisamente como tratar disso. O apóstolo diz: "Vossas petições sejam conhecidas diante de Deus". "Ah", dizem muitos sofredores, "mas eu já tentei, eu já orei; e não encontrei a paz de que você fala. Não obtive resposta. Não adianta me dizer para orar". Felizmente para nós, o apóstolo também entendeu isso, e deixou-nos instruções específicas sobre como cumprir sua exortação. "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças". O apóstolo estaria apenas amontoando palavras aqui, ou estaria falando ponderadamente? Posso mostrar que ele na verdade está falando ponderadamente e com sabedoria, ao nos mostrar como tornar nossas petições conhecidas diante de Deus.


Como devemos fazer isso? Ele diz que devemos orar. Ele estabelece uma diferença entre oração, súplica e ação de graças. O que ele quer dizer com oração? Este é o termo mais geral, e significa adoração e louvor. Se têm problemas que parecem insolúveis, se estão sujeitos a ficarem ansiosos e preocupados, e alguém lhes diz para orar, não corram a Deus com suas petições. Esse não é o caminho certo. Antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, orem, louvem, adorem. Entrem na presença de Deus, e esqueçam os seus problemas por um pouco. Não comecem com eles. É só lembrar que estão face a face com Deus. Essa idéia de "face a face" está imbuída no próprio sentido da palavra "oração". Vocês entram na presença de Deus, tomam consciência da Sua presença, e ponderam na Sua presença — esse sempre é o primeiro passo. Mesmo antes de tornar suas petições conhecidas diante de Deus, vocês tomam consciência que estão face a face com Deus, que estão em Sua presença, e derramam seus corações em adoração. Esse é o começo.


Mas depois da oração vem a súplica. Agora estamos avançando. Depois de adorar a Deus porque Ele é Deus, tendo oferecido nossa adoração e louvor de forma geral, passamos agora ao particular, e o apóstolo aqui nos encoraja a apresentar as nossas súplicas. Ele diz que podemos apresentar necessidades específicas a Deus, que a petição é uma parte legítima da oração. Então traze¬mos nossas petições, aquelas coisas que estão nos preocupando de forma particular.


Estamos agora chegando perto de tornar as nossas petições conhecidas a Deus. Mas, um momento — ainda há uma coisa antes: "pela oração e súplicas, com ação de graças". Esse é um dos termos mais vitais desta lista. E é exatamente neste ponto que tantos se desviam quando estão nessa situação de que o apóstolo está tratando. Creio que não é necessário discorrer sobre o fato que, em conexão com estes passos, o apóstolo não estava simplesmente interessado em fórmulas litúrgicas. Que tragédia, que tantas pessoas se interessam pela adoração meramente num sentido litúrgico. O apóstolo não está preocupado com isso. Ele não está interessado em formalidades e cerimônias; está interessado em adoração, e ação de graças é absolutamente essencial, pela seguinte razão. Se, ao orar, temos qualquer ressentimento contra Deus em nosso coração, não temos o direito de esperar que a Sua paz guarde nosso coração e a nossa mente. Se caímos de joelhos, sentindo que Deus está contra nós, é melhor nos levantarmos. Devemos nos aproximar dEle "com ação de graças". Não podemos ter qualquer dúvida em nosso coração sobre a bondade de Deus. Não pode haver qualquer indagação ou desconfiança; devemos ter razões positivas para dar graças a Deus. Temos nossos problemas e dificuldades, mas quando estamos de joelhos, deve¬mos nos perguntar: "Pelo que posso dar graças a Deus?" Precisamos fazer isso deliberadamente, e é algo que podemos fazer. Devemos nos lembrar disso, e dizer: "Estou com problemas neste momento, mas posso dar graças a Deus por minha salvação, porque ele enviou Seu Filho para morrer na cruz por mim e por meus pecados. Estou enfrentando um problema terrível, eu sei, mas Ele fez isso por mim. Dou graças a Deus por ter enviado Seu Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, a este mundo. Agradeço a Ele por ter levado meus pecados em Seu corpo sobre a cruz, e por ter ressuscitado por minha justificação. Vou derramar meu coração em ação de graças por isso. E vou agradecer a Ele pelas muitas bênçãos que recebi no passado". Precisamos trazer à nossa mente razões para agradecer e louvar a Deus. Devemos nos lembrar que Ele é nosso Pai, que nos ama tanto, que até os cabelos da nossa cabeça estão contados. E depois de nos lembrarmos destas coisas, devemos derramar nosso coração em ação de graças. Precisamos ter um relacionamento acertado com Deus. Devemos compreender a verdade a Seu respeito. Portanto, devemos entrar em Sua presença com amor, louvor, adoração e fé confiante, e então tornar nossas petições conhecidas diante dEle. A oração que Paulo está pleiteando, em outras palavras, não é um grito desesperado no escuro, não é um apelo frenético a Deus, sem raciocínio ou ponderação. Não! Primeiro nós entendemos e nos lembramos de que estamos adorando um bendito, glorioso Deus. Adoramos primeiro, e então tornamos nossas petições conhecidas.


Apressemo-nos para outro grande princípio, que é a graciosa promessa de Deus a todos que fazem isso. Vimos o que precisamos fazer, fomos instruídos sobre como devemos tratar da questão, e agora vem a graciosa promessa a todos que fazem o que o apóstolo diz. Isto, obviamente, é o melhor de tudo, mas precisamos aprender como olhar para isso. Observaram a promessa, observaram seu caráter, observaram que nem sequer menciona as coisas que nos preocupam? Esse é o aspecto peculiar a respeito do método cristão de tratar da ansiedade. "Em tudo", diz o apóstolo — essas coisas que nos preocupam — devemos tornar as nossas petições conhecidas, e Deus irá removê-las todas? Não, Paulo não diz isso. Ele nem sequer as menciona, não diz uma palavra a respeito. Para mim essa é uma das coisas mais notáveis da vida cristã. A glória do evangelho é esta, que ele está preocupado conosco, e não com nossas circunstâncias. O triunfo final do evangelho pode ser visto nisto, que não importa quais sejam nossas circunstâncias, podemos estar em paz e seguros. Não menciona nossa condição, não fala a respeito destas coisas que estão nos perturbando e nos deixando perplexos, não diz uma palavra a respeito delas. Elas tanto podem acontecer como não acontecer. Eu não sei. Paulo não diz que aquilo que tememos não vai acontecer — ele diz que seremos guardados, quer aconteça ou não. Graças a Deus, essa é a vitória! Sou transportado acima das circunstâncias, sou triunfante apesar delas.

Nosso Dinheiro e a Credibilidade de Cristo - John Piper


- A credibilidade de Cristo depende de como nós usamos nosso dinheiro -

A questão de dinheiro e estilo de vida não é um assunto secundário na Bíblia. A credibilidade de Cristo no mundo depende dela. "Quinze por cento de tudo que Cristo disse está relacionado a esse tópico - mais do que seus ensinos sobre o céu e o inferno juntos".' Ouça esse refrão que perpassa todos seus ensinos:

          "Só uma coisa te falta: vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me" (Mc 10.21).

          "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus ... Mas ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação" (Lc 6.20,24).

          "Todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo" (Lc 14.33).

          "... é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Lc 18.25).

          "A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui" (Lc 12.15).

          "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33).

          "Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós bolsas que não desgastem... nos céus" (Lc 12.33).

          "Zaqueu... disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens ... E Jesus lhe disse: 'Hoje houve salvação nesta casa'" (Lc 19.8,9).

          "O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e a compra" (Mt 13.44).

          "... [Jesus] viu certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas. E disse: 'Verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos"'(Lc 21.2,3).

          "... Deus lhe disse: 'Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?' Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus" (Lc 12.20,21).

          "As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça... Segue-me" (Lc 9.58,59).

Spurgeon - Uma Defesa do Calvinismo - 1 de 4

A antiga verdade que Calvino, Agostinho e o apóstolo Paulo pregaram é a verdade que eu também devo pregar hoje; do contrário deixaria de ser fiel à minha consciência e ao meu Deus. - 

Cap 17 - Um Estudo Sistemático de Doutrina Bíblica A DOUTRINA DO PECADO

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Nos capítulos sobre "Satã – Sua Origem, Obra e Destino" e "O Estado Original e Queda do Homem", ocupamo-nos com a origem do pecado no universo e também com sua entrada na família humana. Por essa razão estes assuntos não serão tratados neste capítulo.
É muito importante que tenhamos uma compreensão adequada do pecado. Muitos erros modernos a respeito da salvação não podem ser sustentados por aqueles que pensam logicamente, se tiverem uma concepção apropriada do pecado.
I. A NATUREZA DO PECADO
O pecado é uma coisa com cabeça de hidra. Ele apresenta diferentes fases. Um tratamento adequado do pecado deve jogar com estas diferentes fases:
1. O PECADO COMO UM ATO.
Em 1 João 3:4 temos a definição do pecado como um ato. É um transgredir, ou um ir contrário à Lei de Deus.
2. O PECADO COMO UM ESTADO.
Muita gente há que não pode ou não quer ver que o pecado vai mais fundo que um ato manifesto. Um pouco de reflexão mostrará que os nossos atos não são senão expressões dos nossos seres interiores. A pecaminosidade íntima, então, deve preceder os atos manifestos do pecado. As seguintes provas escrituristicas mostram não só que o homem é pecaminoso na conduta como que ele existe num estado pecaminoso – uma falta de conformidade com Deus na mente e no coração:
(1) As palavras hebraica e grega traduzidas por "pecado" aplicam-se tanto a disposições e estados como a atos.
(2) O pecado tanto pode consistir de omissão em fazer a coisa justa como de comissão em fazer a coisa errada.
"Ao que se sabe fazer o bem e o não faz, ao tal é pecado" (Tiago 4:17).
(3) O mal se atribui a pensamentos e afetos.
Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Mateus 5:22,26; Hebreus 3:12.
(4) O estado da alma que dá expansão a atos manifestos de pecados é chamado pecado, expressamente.
Romanos 7:8,11,13,14,17,20.
(5) Alude-se ao pecado como um princípio reinante na vida.
Romanos 6:21.
3. O PECADO COMO UM PRINCÍPIO.
O pecado como princípio, é rebelião contra Deus. É recusar fazer a vontade dEle que tem todo o direito de exigir obediência de nós.
4. O PECADO EM ESSÊNCIA.
"Podemos seguir o Dr. E. G. Robinson em dizer que, enquanto o pecado como um estado é dessemelhança de Deus, como um princípio é oposição a Deus e como um ato é transgressão da Lei de Deus, sua essência é sempre e em toda a parte egoísmo" (Strong, Systematic Theology, pág. 295).
O pecado pode ser descrito como uma árvore de vontade própria, tendo duas raízes mestras: uma é um "não" para Deus e Seus mandamentos, a outra é um "sim" para o Eu e interesses do Eu. Esta árvore é capaz de dar qualquer espécie de fruto no catálogo dos pecados. O egoísmo está sempre manifesto no pecador na elevação de "algum afeto ou desejo inferiores acima da consideração por Deus e Sua Lei" (Strong). Não importa a forma que o pecado tome; acha-se sempre ter o egoísmo por sua raiz. O pecado pode tomar as formas de avareza, orgulho, vaidade, ambição, sensualidade, ciúme, ou mesmo o amor de outrem, em cujo caso outros são amados porque são tidos como estando de algum modo ligado ao Eu ou contribuindo para o Eu. O pecador pode buscar a verdade, mas sempre por fins interesseiros, egoísticos. Ele pode dar seus bens para alimentar o pobre, ou mesmo o seu corpo para ser queimado, mas só por meio de um desejo egoísta de gratificação carnal ou honra ou recompensa. O pecado, como egoísmo, tem quatro partes: "(1) Vontade própria, em vez de submissão; (2) ambição, em vez de benevolência; (3) justiça própria, em vez de humildade e reverência; (4) auto-suficiência, em vez de fé" (Harris).
Para prova do fato que o pecado é essencialmente egoísmo, insistimos nas seguintes considerações:
(1) Na apostasia dos últimos dias está dito que "homens serão amante de si mesmos" e também "amantes dos prazeres antes que amantes de Deus" ( 2 Timóteo 3:2,4).
(2) Quando se revelar "o homem do pecado", ele será o que "se exaltará contra tudo o que se chama Deus" ( 2 Timóteo 2:4).
(3) A essência da Lei de Deus é amar a Deus supremamente e aos outros como a si mesmo.
O oposto disso, o supremo amor de si mesmo, deve ser a essência do pecado. Mateus 22:37-39.
(4) A apostasia de Satã consistiu na preferência de si mesmo e de sua ambição egoística a Deus e Sua vontade.
Isaías 14:12-15; Ezequiel 28:12-18.
(5) O pecado de Adão e Eva no jardim surgiu de uma preferência de si mesmo e de sua autogratificação a Deus e Sua vontade.
Eva comeu do fruto proibido porque ela pensou que isso daria a sabedoria almejada. Adão participou do fruto porque ele preferiu sua esposa a Deus. E a razão porque ele preferiu sua esposa a Deus é que ele concebeu sua esposa como contribuindo mais do que Deus para a sua autogratificação.
(6) A morte de Abel por Caim foi incitada pelo ciúme, o qual é uma forma de egoísmo.
(7) O egoísmo é a causa da impenitência do pecado.
Deus mandou que todos os homens se arrependam em toda a parte. Recusam os homens fazer isso porque preferem seus próprios caminhos à vontade de Deus.
Vemos, então, que o pecado não é meramente um resultado do desenvolvimento imperfeito do homem: é uma perversidade da vontade e da disposição. O homem nunca a sobrepujará enquanto ele estiver na carne. A regeneração põe um entrave sobre ela, mas não a destrói. Nem o pecado é mero resultado da união do Espírito com o corpo: o espírito mesmo é pecaminoso e seria apenas tão pecaminoso fora do corpo como no corpo se deixado no seu estado natural. Satanás não tem corpo e contudo é supremamente pecaminoso. Nem o pecado é mera finitude. Os anjos eleitos no céu são finitos e contudo estão sem pecado. Os santos glorificados ainda serão finitos e no entanto não terão pecado.
II. A UNIVERSALIDADE DO PECADO NA FAMÍLIA HUMANA
Todos os homens, salvos por única exceção o Deus – homem, Cristo Jesus nosso Senhor, são pecaminosos por natureza e expressam essa pecaminosidade interior em transgressão deliberada tão cedo atinjam a idade de responsabilidade. Este fato está provado:
1. A NECESSIDADE UNIVERSAL DE ARREPENDIMENTO, FÉ E REGENERAÇÃO.
Lucas 13:3; João 8:24; Atos 16:30-31; Hebreus 11:6; João 3:3,18.
2. DECLARAÇÕES CLARA DA ESCRITURA.
1 Reis 8:46; Salmos 143:2; Provérbios 20:9; Eclesiastes 7:20; Romanos 3:10, 23; Gálatas 3:22.
III. A EXTENSÃO DO PECADO NO SER HUMANO
As Escrituras ensinam que a extensão do pecado no ser humano é total. Isto é o significado de depravação total.
1. A DEPRAVAÇÃO TOTAL CONSIDERADA NEGATIVAMENTE.
A depravação é um assunto muito mal entendido. Por essa razão precisamos de entender que a depravação total não quer dizer:
(1) Que o homem por natureza está inteiramente privado de consciência.
Até mesmo o pagão tem consciência. Romanos 2:15.
(2) Que o homem por natureza está destituído de todas aquelas qualidades que são louváveis segundo os padrões humanos.
Jesus reconheceu a presença de tais qualidades num certo homem rico (Marcos 10:21).
(3) Que todo homem está disposto por natureza para toda forma de pecado.
Isto é impossível, porquanto algumas formas de pecado excluem outras. "O pecado de sumiticaria pode excluir o pecado de ostentação; o de orgulho pode excluir o de sensualidade" (Strong).
(4) Que os homens são por natureza incapazes de se comprometer em atos que são extremamente conformes com a Lei de Deus.
Romanos 2:14.
(5) Que os homens são tão corruptos como podiam ser.
Eles podem piorar e pioram. 2 Timóteo 3:13.
Esta depravação total não quer dizer que a depravação é total no seu grau. Ela tem que ver com a extensão somente.
2. A DEPRAVAÇÃO TOTAL CONSIDERADA POSITIVAMENTE.
A depravação total quer dizer que o pecado permeou cada faculdade do ser humano assim como uma gota de veneno permeia cada molécula de um corpo de água. O pecado urdiu cada faculdade no homem e assim ele polui todo ato seu.
(1) Prova de depravação total.
A. O homem está depravado na Mente. Gênesis 6:5.
B. No coração. Jeremias 17:9.
C. Nos afetos, de maneira que o homem é oposto a Deus. João 3:19; Romanos 8:7.
D. Na consciência. Tito 1:15; Hebreus 10:22.
E. Na palavra. Salmos 58:3; Jeremias 8:6; Romanos 3:13.
F. Depravado da cabeça aos pés. Salmos 1:5,6; Isaías 1:6.
G. Depravado ao nascer. Salmos 51:5; 58:3.
(2) O efeito da depravação total.
A. Nenhum resquício de Bem Fica no Homem por Natureza. Romanos 7:18.
B. Portanto, o Homem, por Natureza, não pode sujeitar-se à Lei de Deus ou Agradar a Deus. Romanos 8:7,8.
C. O homem, por Natureza, está Espiritualmente Morto. Romanos 5:12; Colossenses 2:16; 1 João 3:14.
D. Logo, Ele não pode Compreender as Coisas Espirituais. 1 Coríntios 2:14.
E. Daí, Ele não pode, até que se vivifique pelo Espírito de Deus, voltar do Pecado a Deus em Piedoso Arrependimento e Fé. Jeremias 13:23; João 6:44,65; 12:39,40.
A base da depravação e da inabilidade espiritual jaz no coração. Ele é enganoso e irremediavelmente perverso (Jeremias 17:9). Do coração vêem as saídas da vida (Provérbios 4:23). Ninguém pode tirar uma coisa limpa de uma contaminada (Jó 14:4). Daí, nem a santidade nem a fé podem proceder do coração natural. As boas coisas procedem de um bom coração e as más de um coração mau (Mateus 7:17,18; Lucas 6:45).

Autor: Thomas Paul Simmons, D.Th.
Digitalização: Daniela Cristina Caetano Pereira dos Santos, 2004
Revisão: Charity D. Gardner e Calvin G Gardner, 05/04

A Mensagem de Eclesiastes Busca de Satisfação na Vida

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Você já tentou pegar a fumaça do escapamento de um carro ou ônibus? Parece bem substancial, mas quando você tenta agarrá-la, percebe-se que não apanhou nada. A vida é assim. Parece impressionante, mas quando você pára e a analisa, não há nada durável ou satisfatório nela. É vazia.
O livro de Eclesiastes registra a busca de Salomão por significado e propósito na vida. Ele buscava valor real em diferentes áreas, mas o resultado final era deprimente. "Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade" (1:2). "Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol" (2:11). Ele achava a vida vazia e sem significado. Ele disse que era como caçar o vento: nunca se consegue pegá-lo. Estaremos constantemente frustrados se procurarmos ganhar algo na vida que não está nela. Quando reconhecemos que a vida é vazia, somos libertados para buscar seu verdadeiro significado fora desta existência temporal, e então encontramos o significado e propósito verdadeiro.
Eclesiastes contém quatro pensamentos básicos: Œ A busca do Pregador por valor real na vida; ele concluiu que tudo é vaidade.  Razões para as frustrações na vida. Ž  Alguns modos melhores para viver a vida apesar dela ser vazia.  A única satisfação que há para um homem. Este artigo estudará os pontos 1, 2 e 4.

O escritor buscou significado em muitas áreas.
Œ Ele tentou a sabedoria: "Disse comigo: eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim existiram em Jerusalém; com efeito, o meu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento. Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento. Porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência aumenta tristeza" (1:16-18). Com o aumento da sabedoria veio o aumento da dor, porque maior percepção do mundo leva a maior frustração com as coisas tortas do mundo que não podem ser retificadas.  Ele buscou prazer: "Disse comigo: vamos! Eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade. Do riso disse: é loucura; e da alegria: de que serve?" (2:1-2). Ž  Ele procurou significado no uso moderado de álcool: "Resolvi no meu coração dar-me ao vinho, regendo-me, contudo, pela sabedoria, e entregar-me à loucura, até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida" (2:3).  Ele tentou satisfazer-se com grandes realizações: "Empreendi grandes obras; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie. Fiz para mim açudes, para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores" (2:4-6).  Ele comprou escravos: "Comprei servos e servas e tive servos nascidos em casa" (2:7). Ele acumulou grande riqueza: "Também possuí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém. Amontoei também para mim prata e ouro e tesouros de reis e de províncias" (2:7-8). Ele buscou divertimento e prazer sexual: "Provi-me de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres" (2:8). Ele também observou o resultado da busca por popularidade (veja 4:13-16). Depois dessa análise detalhada, qual foi a conclusão final? "Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol" (2:11). Não havia satisfação em nenhuma destas buscas.
Razões para as Frustrações na Vida

Há boas razões pelas quais a vida é inerentemente insatisfatória, não importa quão bem sucedidas nossas buscas possam ser.
Œ Nenhuma realização. Nada realmente acontece na vida. Há uma infindável e cansativa sucessão de acontecimentos, mas não há resultado. Essa monotonia é bem ilustrada pelos ciclos naturais na terra (1:3-7). O sol se levanta, põe-se, e levanta-se novamente. Muita atividade, nenhuma mudança. O vento sopra para o norte, sopra para o sul, e sopra para o norte novamente. Muito movimento, nenhuma realização. Os rios correm para o mar, e correm para o mar, e correm para o mar. Estão em constante movimento mas jamais se esvaziam e o mar jamais se enche.
 Não se pode mudar nada. Nunca se consegue, realmente, fazer muita diferença. As coisas vão acontecer quando acontecerem e pouco haverá que se possa fazer para mudar isso. Este é o ponto do Pregador em 3:1-8 quando ele discute como há um tempo para tudo (veja também 3:14 e 8:8). Há muitas coisas importantes sobre as quais não temos, absolutamente, nenhum domínio: o clima, as condições econômicas, a guerra, a doença, a morte, etc. É frustrante estar à mercê de forças externas.
Ž  Não se pode prever nada. "Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare" (8:7). Há tantas incertezas, tantas perguntas sem respostas na vida. Podemos nos juntar a Jó ao perguntar por quê, e acompanhá-lo no passar de muitos dias agonizantes sem nenhuma resposta.
 O mesmo destino para todos. A mesma coisa acontece aos homens bons e aos perversos. "Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol: a todos sucede o mesmo" (9:1-3). A morte é muito democrática; há uma para todos. Quanto a esta vida, a mesma coisa que acontece conosco acontece aos animais: morremos e nossa carne apodrece (3:18-21). Se a vida atual fosse tudo o que há, nosso fim seria exatamente igual ao dos animais. Que deprimente!
 O acaso governa. "Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes, a vitória, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes, o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso" (9:11). O sucesso não está sob o nosso comando. O melhor sujeito nem sempre ganha. Às vezes a vitória é apenas uma questão de sorte.
Nenhuma retenção. Aqui nada é durável. Poucos anos depois que morrermos ninguém se lembrará de nós nem se importará conosco. Nosso legado será passado para alguém que não trabalhou por ele e que, conseqüentemente, não o apreciará nem usará como nós o faríamos. "Pois, tanto do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da mesma sorte, o estulto! ... Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ganho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isto é vaidade" (2:16, 18-19). O empenho humano não pode ser recordado, retido ou passado a outro.
Nenhuma satisfação. As pessoas freqüentemente pensam, "Se tivéssemos mais um pouco, poderíamos ser felizes." Assim conseguem um pouco mais; porém, ainda estão infelizes. As coisas desta vida nunca satisfazem; nosso vazio sempre fica mais e mais profundo. "Todo trabalho do homem é para a sua boca; e , contudo, nunca se satisfaz o seu apetite" (6:7).
Injustiça. A vida não é justa. Quem consegue o emprego ou a promoção? Muitas vezes é a pessoa que menos merece. Geralmente é preciso menos esforço para criar um problema do que para resolvê-lo. "Qual a mosca morta faz o ungüento do perfumador exalar mau cheiro, assim é para a sabedoria e a honra um pouco de estultícia" (10:1).
Velhice. Eclesiastes 12:2-8 registra uma descrição poética do envelhecimento. Em termos pitorescos, as fraquezas da velhice são descritas: as mãos trêmulas, a postura encurvada, os dentes perdidos, a visão diminuída, a audição debilitada, o sono intermitente, a voz áspera, o cabelo encanecido, o andar desajeitado, etc. Assim, se não morrermos antes, estaremos todos destinados a esse estado débil. Que deprimente!
A Verdadeira Satisfação na Vida
Necessitamos dessa mensagem. É má notícia. Mas precisamos receber as más notícias para procurarmos a cura. Podemos menosprezar o fato da vida ser vazia, podemos ocupar-nos em atividades frenéticas, podemos trombetear em alto som que estamos felizes e satisfeitos, mas não podemos escapar. Buscando sombras incontáveis ficamos cada vez mais vazios. Somente quando reconhecermos a total futilidade de todos os esforços nesta vida, nos voltaremos para aquele que pode dar o significado e a satisfação que buscamos. A vida realmente tem significado, propósito e valor quando nossa meta é servir a Deus. "De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (12:13-14). Há um espaço em nossa alma que somente Deus pode ocupar, e nunca estaremos em paz até que permitamos que ele a preencha.
Esta é a mensagem de Eclesiastes. A vida é vazia, a menos que façamos de Deus nossa vida. Ele é a única meta adequada de nossa existência. Sem ele descemos no vazio e no desespero, apesar de todos os esforços para nos enchermos com o mundo. "Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade" (1:2).

-por Gary Fisher

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Mensagem do Dia

O homem, cujo tesouro é o Senhor, tem todas as coisas concentradas nEle. Outros tesouros comuns talvez lhe sejam negados, mas mesmo que lhe seja permitido desfrutar deles, o usufruto de tais coisas será tão diluído que nunca é necessário à sua felicidade. E se lhe acontecer de vê-los desaparecer, um por um, provavelmente não experimentará sensação de perda, pois conta com a fonte, com a origem de todas as coisas, em Deus, em quem encontra toda satisfação, todo prazer e todo deleite. Não se importa com a perda, já que, em realidade nada perdeu, e possui tudo em uma pessoa Deus de maneira pura, legítima e eterna. A.W.Tozer

"A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão." JOHN WESLEY"

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Alimentar-se da Palavra "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." (Hebreus 4 : 12).Erram por não conhecer as Escrituras, e nem o poder de Deus (Mateus 22.29)Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. Apocalipse 1:3

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